Segundo o educador, obtenção de recursos junto ao Banco pelo governo seria uma  solução para as atuais dificuldades de expansão do ensino superior brasileiro  Durante a primeira seção do 8º Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro – FNESP, que o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo – SEMESP realizada hoje (19), em São Paulo, o especialista em educação e Diretor da Faculdade Pitágoras Cláudio de Moura Castro propôs como solução para as atuais dificuldades de expansão do ensino superior brasileiro que o governo contraia empréstimos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID com o objetivo exclusivo de utilização dos recursos para a concessão de crédito educativo. Segundo o educador “esse é um processo prático, fácil e totalmente indolor para o governo, com exceção do ponto de vista ideológico”. Moura Castro apresentou uma análise comparativa entre os modelos brasileiro, europeu, asiático e americano de Ensino Superior, durante a qual também defendeu como solução para substituição da atual tutela do MEC sobre o Ensino Superior Particular que as IES privadas adotem sistemas próprios de controle da qualidade, com controle externo transparente, e de avaliação dos alunos ao final dos cursos para comprovação dos resultados, como o “provão”. “Esse processo, que poderá substituir a tutela do MEC sobre as IES privadas, é o modelo adotado atualmente na Espanha”, disse o educador.Durante a seção, o ele ainda apresentou o conceito de universidade privada utilizado pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE. Segundo a organização, instituição particular não é definida pela origem dos recursos mas pelo grau de controle a que é submetida. “Para a OCDE”, afirmou, “particular é aquela instituição cujo controle não é feito pelo governo, independente da origem dos recursos”. O modelo vigente no Brasil, em que as instituições particulares não recebem recursos diretamente do governo, é estritamente particular, porém com forte regulação do sistema público. Segundo Moura Castro, os modelos variam de acordo com cada continente. “O modelo brasileiro se assemelha ao utilizado na Ásia, em especial no Japão, que curiosamente também passa por um processo de reforma universitária”, afirmou. Na maioria dos países desenvolvidos, em especial na Europa e nos EUA, o modelo predominante é de escolas particulares que possuem autonomia em sua gestão, mas que recebem recursos governamentais. Segundo Castro, em países como o Reino Unido e a Holanda, 100% das instituições possuem este perfil. Quando se trata de países em de desenvolvimento, os sistemas ainda se dividem entre os dois modelos.O 8º FNESP prossegue hoje à tarde com a conferência da Maria Teresa Lepeley, presidente do Global Institute for Quality Education, que abordará Ensino Superior: Estado, Instituições e Mercado, e de Guy Neave, do Center for Higher Education Policy Studies – Universiteit of Twente, Holanda8° Fórum Nacional: Ensino Superior Particular BrasileiroData: 19 e 20 de outubro de 2006Local: Centro de Convenções do Hotel WTCEndereço: Av. Nações Unidas, 12.559 – Brooklin Novo – São Paulo