Sem  caráter de ­urgência, como queriam os representantes de universidades públicas, particulares e até mesmo -estudantes, a quarta versão do anteprojeto de reforma universitária foi é enviada ao Congresso Nacional há pouco mais de duas semanas.

As discussões sobre o assunto acontecem a dois anos. Mesmo assim, muitos pontos da nova medida poderão ser alterados e outros acrescentados. Pelo menos é o que deseja o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Gustavo Petta. “A reforma tem avanços­

 relevantes, mas não é a dos sonhos, por isso lutaremos para aprovar o texto com as modificações que julgar­mos importantes”, ressalta.

Segundo o vereador de Jandira Reginaldo Camilo dos Santos, o Zezinho (PT), também militante do movi­mento estudantil da região, a reforma, se aprovada, vai democratizar as tomadas de decisão que ocorrem nas universidades. “O que é muito bom. Entretanto, queremos é facilitar o acesso de jovens trabalhadores e humildes às universidades públicas. Outro fator importante é a criação de mais unidades

federais e estaduais, pois todo ano cerca de 600 mil jovens concluem o ensino médio e nem um terço deles têm vagas no ensino superior público”, alega.

 

Críticas

Já os representantes das universidades criticam a reforma. Para Hermes Ferreira Figueiredo, presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos do Ensino Superior do Estado de São Paulo (Semesp), ela “aumenta a burocracia, mas pouco influi na qualidade de ensino”.

O presidente da Associação  Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Paulo Speller, alega problemas no orçamento. O governo fez alterações que, segundo ele, transferem as despesas com hospitais universitários para o Ministério da Educação. Speller disse em entrevista à Agência Brasil que um dos pleitos da Andifes era que os hospitais “contassem Com recursos próprios, do Tesouro de outras fontes, e não da Educação. “Isso fará as universidades públicas per­derem cerca de R$ 2 bilhões anuais”, disse ele.