Atentas às necessidades dos alunos, instituições oferecem descontos

 

Fim do Ensino Médio: para uns, o início de uma nova etapa. Para outros, a interrupção de uma jornada de estudos. É, ingressar em uma universidade, vestir a beca e o capelo, e receber o tão sonhado diploma estão na lista de desejos de muitas pessoas, mas na de realizações de poucas. Basta olhar para os dados apontados no último Censo da Educação Superior: em 2005, apenas 10,9% dos jovens de 18 a 24 anos estavam regularmente matriculados em cursos de graduação. O dinheiro (ou a falta dele) é o principal motivo dessa segregação.

 

Enquanto as ofertas são restritas e as concorrências cada vez maiores nas universidades públicas, as mensalidades das instituições privadas ultrapassam as reais condições financeiras do estudante. Como pagar R$ 800,00 mensais, sendo que a renda familiar não atinge esse patamar? Mesmo deixando de comer e de pagar as contas de luz e água, seria difícil realizar o sonho de fazer um curso superior. Opa! Mas se você se encontra nessa mesma situação, nada de desanimar. Há alternativas para driblar o empecilho financeiro. Uma delas é apelar para os programas de bolsas de estudo.

 

Embora as oportunidades de bolsas para graduação sejam raras, algumas universidades particulares, atentas aos problemas sociais do país,  oferecem auxílios para seus estudantes. “Com o aumento dos índices da inadimplência e da evasão e, ainda, com o empobrecimento da população, as instituições privadas se viram obrigadas a criar mecanismos para facilitar a permanência do aluno na instituição e para incluir mais jovens no Ensino Superior”, explica o presidente do Semesp (Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo), Hermes Ferreira Figueiredo.

 

Em geral, são distribuídos descontos que variam de 10% a 100% do valor da mensalidade, com diversos tipos de bolsas de estudos distribuídas a partir de diferentes critérios. “São benefícios concedidos por meio do perfil sócio-econômico, do mérito acadêmico ou, ainda, por meio da participação do estudante no universo acadêmico ou social”, afirma a diretora executiva da Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares), Larissa Martino. Há diversas oportunidades que podem beneficiar tanto os ingressos, quanto os veteranos dos mais variados cursos. No entanto, a maior parte das ofertas está destinada aos estudantes matriculados há, pelo menos, um ano.

 

Vale ressaltar que as iniciativa são individuais, ficando a critério da própria universidade adquirir programas dessa natureza. O número de bolsas concedidas e os critérios de seleção também são estabelecidos de acordo com as necessidades da instituição. “Algumas podem oferecer bolsas integrais, outras só parciais e há aquelas que podem, inclusive, não adotar políticas de concessão de bolsas”, garante Figueiredo. “As medidas ainda são tímidas, mas as instituições já estão caminhando neste sentido.”

Mas a situação muda de figura quando se trata de instituições comunitárias e filantrópicas. De acordo com a lei 8.742, de 1993, todas as entidades certificadas pelo Conselho Nacional de Assistência Social – uma qualificação da condição de beneficente – são obrigadas a ofertar 20% de sua receita em gratuidade. “Portanto, uma porcentagem do seu lucro deve ser revertida em bolsas ou em Assistência Social, para manter o título de beneficente”, esclarece o secretário executivo da ABRUC (Associação Brasileira das Universidades Comunitárias), José Carlos Aguilera.

 

Cada instituição é autônoma na distribuição dos benefícios. No entanto, o índice de bolsistas do ProUni (Programa Universidade para todos) é maior do que em outras modalidades. “Ao aderirem ao programa do governo federal, as universidades devem ofertar a cada nove matriculados uma bolsa integral. Um número suficiente para atingir a exigência da lei de gratuidade. Por isso, muitas se restringem a essa modalidade”, conta Aguilera.

 

É, não há uma regra que padroniza o processo de concessão de bolsas nas universidades particulares. Por isso, se você está à procura de uma bolsa de estudo, não deixe de consultar as instituições de ensino de interesse antes mesmo de prestar o vestibular. Confira se ela oferece auxílios estudantis e, ainda, se o seu perfil corresponde às exigências dos programas. “Acesse os sites ou procure as secretarias das faculdades para verificar quais são as possibilidades que se encaixam com as suas necessidades”, orienta Larissa. Fique atento! Esse pode ser mais um critério a ser levado em conta na hora de escolher a sua universidade.