Maria Teresa Lepeley, do Global Institute for Quality Education dos EUA, afirma que Estado tende a impor maior controle sobre as IES quando os padrões de qualidade não são atendidos         A educadora e economista Maria Teresa Lepeley, do Global Institute for Quality Education de Washington (EUA), afirmou hoje (19), durante a segunda seção do 8º Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro, realizado em São Paulo pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo – SEMESP, que “embora as empresas tenham buscado a gestão da qualidade com sucesso por mais de duas décadas, a Educação não alcançou padrões semelhantes”. Segundo a especialista, “a lacuna de qualidade entre empresas bem-sucedidas no setor produtivo e as instituições educacionais deve ser reduzido imediatamente”. Ao falar sobre a relação entre o “Estado, as Instituições e o Mercado”, Lepeley disse que “é preciso que as IES particulares saibam que, naturalmente, os Estados tendem a impor maiores controles quando os padrões de qualidade não são atendidos”.

“A reivindicação de qualidade no ensino superior vem tanto do Estado quanto do mercado”, afirmou. “O estado exige qualidade para cumprir a sua responsabilidade pública de garantir os padrões mínimos de desempenho das instituições privado. Do seu lado, o mercado pressiona, cada vez mais, as instituições particulares e públicas por qualidade para satisfazer as necessidades dos alunos, como ‘clientes diretos’, que pagam por estudos de graduação e pós-graduação, caros em aspectos monetários e não monetários. Além disso, as empresas, na qualidade de ‘clientes indiretos’ do ensino superior, demandam qualidade de educação para contar com a mão-de-obra qualificada necessária para aumentar a produtividade e competitividade na economia nacional e mundial.”

Abordando a importância da qualidade e a forma como as instituições vêm atendendo a essa demanda no século XXI, ela lembrou que as reformas do ensino superior possibilitaram a rápida expansão do setor privado e o crescimento acelerado do mercado do ensino superior. “No Brasil, assim como em outros países da América Latina, o número de universidades e instituições de nível superior particulares aumentou de forma significativa nas últimas décadas. Não há dúvida de que as instituições particulares têm sido fundamentais para atender à crescente procura nacional pelo ensino superior, mas, paralelo a isso, há uma percepção generalizada de que, embora exista uma oferta maciça de ensino superior público e privado, há também uma necessidade crítica de melhora na qualidade e uma demanda por um ensino superior compatível com maior empregabilidade”, disse a especialista.

Destacando que seu objetivo “é ajudar os mantenedores a perceber que a qualidade não é colocada à força pelo Governo, mas sim uma responsabilidade institucional”, a educadora disse aos participantes do evento que não era seu papel fazer avaliações externas: “Vocês é que são responsáveis por suas IES”, concluiu.