Pelo menos 30% das instituições particulares permaneceram com as aulas suspensas e outras 30% tiveram apenas metade dos estudantes dentro das salas

 

Assustadas, as escolas de São Paulo resistiram para voltar à normalidade. Fechadas desde anteontem, cerca de 30% das instituições particulares permaneceram com as aulas suspensas, de acordo com o Sindicato de Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp). Mesmo na rede pública municipal e estadual, onde a recomendação foi continuar abertas, muitos professores e alunos não apareceram.”A recomendação foi que, se possível, as escolas deveriam ter aulas normais. Mas cerca de 30% delas preferiram não abrir e outras 30% tiveram apenas metade dos alunos”, afirmou o diretor do sindicato, Roberto Prado. “Os pais estavam inseguros e, no começo do dia, ainda não dava para saber como ficaria a violência nas ruas. Por isso, recomendamos que cada um seguisse o bom senso”, explica.Em Higienópolis, onde anteontem circularam boatos de ataques às instituições após um carro da Divisão Anti-Seqüestro ter sido atingido por tiros, o clima foi de apreensão. Em vez do trânsito de pais buscando os filhos, via-se ruas vazias, portões fechados e seguranças em frente às entradas das escolas. Os colégios Rio Branco e Sion, além do Colégio e Universidade Mackenzie, só deverão reabrir hoje.Nos colégios que optaram por ter aulas, muitos pais preferiram não levar os alunos. Os que foram acabaram discutindo a violência na Cidade.Na Barra Funda, a Escola Estadual dr. Alarico Silveira, os alunos foram dispensados na metade da manhã. “Na minha classe só tinha eu e mais quatro alunos. Ninguém veio, nem o professor”, conta Dyorginei, 14 anos.Nas faculdades e universidades que haviam cancelado as aulas anteontem, o clima foi mais tranqüilo. O próprio Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos do Ensino Superior, que havia recomendado a suspensão voltou atrás, pedindo que as instituições retomassem as aulas.