Por segurança, estudantes foram dispensados de universidades e colégios

Em meio a boatos de escolas sendo metralhadas, que proliferaram desde a manhã de ontem, pelo menos dez universidades e dezenas de colégios particulares suspenderam as aulas e dispensaram os alunos – medida que deve continuar hoje. No entanto, na rede pública, a ordem das secretarias estadual e municipal foi continuar com as atividades normalmente, mesmo com as turmas esvaziadas. O tom da nota divulgada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), que justificou o cancelamento “em virtude da situação de insegurança generalizada na cidade de São Paulo, que implica risco para a população de estudantes, funcionários e professores”, foi o mesmo adotado por várias instituições privadas. Na Universidade de São Paulo (USP), a recomendação da reitoria foi manter as atividades, mas algumas faculdades preferiram dispensar alunos e funcionários. Só a Faculdade de Direito do Largo São Francisco suspendeu oficialmente as aulas até hoje ao meio dia. Por causa do atentado contra uma viatura da Delegacia Anti-Seqüestro (DAS), em Higienópolis, durante a tarde de ontem, circularam notícias falsas de que a Universidade Mackenzie e a Fundação Armando Álvares Penteado (Faap) haviam sido atacadas. As duas instituições acabaram suspendendo as atividades, assim como Belas Artes, UniFMU, Anhembi Morumbi, Universidade de Guarulhos, Universidade Bandeirantes (Uniban) e Universidade Nove de Julho (Uninove). Essa foi também a recomendação do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino Superior (Semesp). Colégios grandes, como o Rio Branco, Sion, Liceu Pasteur, Lourenço Castanho e Arquidiocesano reforçaram a segurança, mas seguiram com as aulas. Mesmo assim, pais foram buscar os filhos mais cedo. Escolas menores ou de educação infantil pediram que as crianças não fossem levadas para a aula à tarde. A Federação Israelita Paulista pediu às escolas judaicas que não abram hoje. A Prefeitura e o Estado informaram que os pais podiam buscar seus filhos, mas as aulas seriam normais ontem e hoje. “As escolas devem ter bom senso. Os bandidos querem que a gente suspenda as aulas”, disse o diretor do Sindicato das Escolas Particulares (Sieeesp), Roberto Prado. Só uma escola pública na Zona Leste foi fechada por estar perto de um batalhão da PM e de um quartel dos Bombeiros.