Se a perda de ano letivo e de dinheiro investido nas mensalidades é um problema para os alunos de cursos que fecham, a batalha é ainda maior para quem está no Prouni, o programa do governo federal que oferece bolsas de estudo em universidades privadas.Andreza de Ávila, 18, ingressou no ano passado no curso de jornalismo da Anglo Latino por meio do programa. Um ano depois, a turma foi encerrada. “Havia cinco alunos na sala. Três eram bolsistas.” Agora, a jovem procura transferência para outra universidade que tenha o curso de jornalismo, faça parte do Prouni e aceite sua inscrição. Segundo as regras do programa, as instituições é que decidem se aceitam ou não esses estudantes.A faculdade Anglo Latino, conta ela, não lhe deu explicações. Procurada pela reportagem durante uma semana, a instituição não ligou de volta.O prazo de rematrícula para quem tem bolsa do Prouni é de três semestres. “Agora corro o risco de perder a bolsa porque não consigo que outras faculdades me aceitem”, diz Andreza.Maíra Tatiana Ribeiro França, de 24 anos, aluna de relações públicas da Anglo Latino, reclama do Ministério da Educação. Ela é bolsista e foi transferida para o curso de publicidade pois a faculdade resolveu fechar seu curso, porque os únicos três alunos da turma eram bolsistas. “O MEC deveria fiscalizar as faculdades participantes do Prouni.”Sobre os problemas com os bolsistas, o ministério diz que vem tentando realizar os processos de transferência.De acordo com o Sinpro (sindicato dos profissionais da educação privada) e o Semesp (sindicato das instituições de ensino superior), a Anglo Latino foi má gerida. “Antes da faculdade, o colégio Anglo Latino tinha 3.000 estudantes. Agora, somando colégio e faculdade, não passa de 400”, diz Luiz Antonio Barbagli, do Sinpro. “A faculdade acabou prejudicando as finanças do colégio”, aponta Hermes Ferreira Figueiredo, do Semesp.