Terminar a faculdade não é o único desafio para os estudantes. Na hora de pegar o diploma, os recém-formados são surpreendidos por taxas passam dos R$400,00. Uma nova lei estadual determina que o valor máximo cobrado seja de pouco menos de R$70,00, mas algumas escolas se recusam a cumprir a determinação, como mostra o repórter Luciano Cherubini.

Recém-formado no curso de artes cênicas, Wanderley chega à faculdade no centro da capital em mais uma tentativa de dar entrada no pedido do diploma. Sem saber que estava sendo gravada, a funcionária da faculdade informou o preço.

– Essa taxa está quanto agora?- R$450,00

Quinze minutos de conversa e Wanderley volta sem dar entrada no requerimento.

Por enquanto o preço ainda é R$450,00. Uma coisa superabusiva. Reclama Wanderley Lima, ator.

Uma nova lei estadual determina que as faculdades podem cobrar até R$69,65 pelo diploma, mas na prática, os valores exigidos vão bem além disso.

Emeriano se formou há três anos. Até hoje não retirou o diploma de administrador de empresas. Segundo ele, a faculdade cobra R$250,00 pelo documento.

Quando consegue se formar ainda tem que pagar o diploma, ele acaba deixando isso e vai passando o tempo, diz Emeriano Pires, administrador de empresas.

O consultor do sindicato, que representa as faculdades, diz que as instituições de ensino vão entrar na Justiça contra a lei.

É inconstitucional. Ela fere o princípio da livre iniciativa, fere inclusive, o princípio federativo e também da autonomia da própria instituição de ensino, diz José Roberto Covac, consultor do Semesp.

As faculdades alegam ainda que não tem autonomia de registro do diploma. Elas confeccionam o documento e o registro é feito por uma universidade pública que cobra R$90,00 pelo serviço, mais do que o valor estabelecido pela nova lei.

Enquanto a questão não é resolvida, profissionais como Wanderley sofrem com a falta do diploma.

Eu não posso exercer legalmente uma profissão que custou muito suor, batalhar para ter esse diploma, ou seja, eles estão cerceando meu direito ao trabalho, diz Wanderley.

As faculdades são obrigadas a informar o valor que será cobrado pelo diploma até quarenta e cinco dias antes do começo de cada ano letivo.