Os estudantes que ocuparam a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) há 36 dias dão indicações de que devem permanecer no local até, pelo menos, o fim da semana que vem. Foi marcado para o dia 16 um encontro nacional de estudantes na frente da reitoria para discutir o ensino público no País. Enquanto isso, a programação dos alunos que ocupam o local inclui participação em passeatas contra o G-8 e na 11ª Parada do Orgulho GLBT (Gays, Lésbicas, Bissexuais e Transgênicos).

Os estudantes também organizaram eventos culturais, como palestras e apresentações, que devem ocorrer durante o feriado dentro do prédio ocupado. Mas a nova assembléia que pode ou não colocar em votação o fim da invasão só será na terça-feira.

O blog da ocupação na internet tem agora como texto principal a defesa da participação do grupo na Parada do Orgulho GLBT, domingo, na Avenida Paulista. O evento é classificado como uma “grande festa política”. Para os estudantes, a diversidade proporcionada pela parada é uma forma de manifestação política.

Os alunos que fazem parte da ocupação da reitoria também participaram ontem da passeata contra a reunião do G-8, que congrega os países mais industrializados do mundo e a Rússia, na Alemanha (leia mais no caderno Economia). Eles se uniram a um grupo de punks, que acabou se envolvendo em tumultos e fechou parte da Avenida Paulista durante a tarde.

REAJUSTE DE SALÁRIOS

O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) propôs anteontem aos sindicatos de professores e funcionários das três instituições mais um reajuste salarial, caso a arrecadação do ICMS ultrapasse os R$ 43,6 bilhões. Os orçamentos de USP, Unesp e Unicamp são compostos por 9,57% da arrecadação desse imposto. As duas categorias estão em greve desde o mês passado por reajuste salarial. Os reitores já haviam oferecido 3,37% de reajuste. Segundo informou a reitoria da Unicamp, se a arrecadação do ICMS for maior que o esperado, 75% dos recursos adicionais serão distribuídos em uma parcela fixa de reajuste, 20% irão para investimentos em ensino, pesquisa e extensão e 5%, para assistência estudantil.

No dia 1º deste mês, o Cruesp constituiu uma comissão para acompanhar a arrecadação do imposto no Estado de São Paulo. O grupo é formado por técnicos da USP, Unesp, Unicamp e do Fórum das Seis, que reúne os sindicatos de professores e funcionários.

Se o valor arrecadado ficar abaixo dos R$ 43,6 bilhões, mas acima dos R$ 43,2 bilhões, o conselho discutirá o melhor modelo de distribuição do adicional. Em outubro, o Cruesp e o Fórum das Seis se reunirão para avaliar a possibilidade de um novo modelo de arrecadação, que leve em consideração a estrutura da carreira de cada universidade.