Enquanto os alunos da Universidade de São Paulo (USP) ocupam a reitoria da instituição há 37 dias reivindicando, entre outros pontos, a garantia da manutenção da autonomia universitária, a regulamentação do tema para as universidades federais está esquecida no Congresso. Um dos principais planos do primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a reforma universitária, depois de mais de três anos de debates não aparece mais entre as prioridades. E, com ela, a discussão sobre a autonomia das universidades públicas federais.

Entregue à Câmara há um ano, o projeto de reforma foi praticamente esquecido pelos principais interessados: o Ministério da Educação (MEC), que pretende incluir mudanças no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), os reitores das universidades federais, que não gostam do conceito de autonomia que está na reforma, e os donos de universidades privadas, que nunca aceitaram as alterações propostas pelo governo.
Inicialmente defensores da idéia da reforma, os reitores das federais terminaram por abandoná-la quando descobriram que o governo não tinha incluído as suas duas principais reivindicações: a possibilidade de mudar os recursos de uma rubrica de gastos para outra, definindo suas prioridades, e a de contratar pessoal de acordo com seu orçamento, sem precisar esperar por autorização do MEC. Hoje, não há nem mesmo na Câmara onde discutir o projeto enviado pelo governo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.