A política de ensino à distância, ou e-learning (literalmente, “aprendizado eletrônico”), está consolidada. A alternativa é cada vez mais utilizada pelas grandes corporações, e também por escolas de nível superior, para treinar executivos que não têm tempo disponível para dominar novas práticas e iniciativas do mercado. Além de otimizar o tempo do aprendizado corporativo, o ensino à distância reduz significativamente os custos com treinamentos. “Uma vantagem do e-learning é a amplitude”, afirma Ricardo Ramires, executivo da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).”Vários funcionários podem ser treinados ao mesmo tempo sem gasto de horas fora do expediente e com reconhecida redução de custos”.

O Brasil está nesse campo quase no mesmo nível de investimento dos Estados Unidos e de países da Europa. Atualmente, as companhias brasileiras investem por ano, em média, US$ 610 per capita – um avanço de quase 165% em relação a 2003, quando o valor era de US$ 370. Os Estados Unidos gastam US$ 826 e a Europa, US$ 743. Os dados são da AmericanSociety for Training and Development (ASTD).

O treinamento de executivos cresceu mais no setor de serviços (41%) e na indústria (38%), enquanto no comércio aumentou só 8% e outros setores somaram 13%. De 0,5% do total de treinamentos de executivos realizados em 2005, o e-learning passou a responder por 28,4% em 2006.

Próximos passos

Victor Almeida, coordenador do projeto MBA executivo do Instituto Coppead, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, enfatiza que o ensino à distância é fundamental para revitalizar o leque de instrumentos didáticos. “A consolidação já é uma realidade. O que temos que fazer agora é melhorar a questão presencial do aluno”, argumenta. Para o coordenador, que organiza uma escola à distância para 600 alunos, os executivos são o ponto-chave para o crescimento dos cursos oferecidos. “Não podemos diversificar demais, porque a qualidade poderia ser contestada”, ressalta. Os cursos em nível de MBA do Coppead há são oferecidos apenas para executivos que atuam no mercado, segundo o coordenador do instituto, e passam assim a servir como referência do desempenho organizacional das empresas.

Os indicadores de desempenho da função da educação corporativa levam em conta não apenas o número de executivos “treinados”, mas também o tempo de disponibilizarão de uma nova iniciativa de aprendizagem, custos de viagens, de desenvolvimento e economia obtidos com o uso de recursos externos. A educação corporativa, segundo a ASTD, está diretamente associada à satisfação dos clientes, qualidade dos produtos e serviços oferecidos, produtividade, satisfação dos funcionários, retenção de talentos e melhoria do lucro da empresa.

Com o ensino à distância, o Brasil — comemoram representantes do segmento —, está assistindo à consolidação e ampliação das experiências já existentes, a internacionalização dos sistemas de educação corporativa e inovações e avanços, como o próprio e-learning e intercâmbios e atividades compartilhadas.