MEC divulga resultados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes do Ensino Superior. Minas tem seis cursos que conseguiram a pontuação máxima, com destaque para Unimontes
Foram divulgados ontem, os resultados da edição 2006 do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), um dos sistemas de avaliação da qualidade do ensino superior no Brasil. Em todo o país, foram avaliados 5.701 cursos de 1.600 instituições. Somente 45 (menos de 1%) alcançaram nota máxima (5) nos dois conceitos adotados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação (MEC). Minas Gerais tem seis cursos que conseguiram a pontuação máxima (a nota varia de O a 5), sendo superada apenas por São Paulo (8) e o Paraná (7 cursos). No estado foram avalia°dos 745 cursos de 343 instituições, alcançando um total de 81.641 estudantes.
Participaram do Enade 2006 alunos das áreas de administração, arquivologia, biblioteconomia, biomedicina, ciências contábeis, ciências econômicas, comunicação social, design, direito, formação de professores (normal superior), música, psicologia, secretariado executivo, teatro e turismo. Conforme os números divulgados pelo Inep, o desempenho médio geral dos participantes foi de 45,4 na prova de formação geral, igual para todas as áreas. A maior média foi dos alunos de arquivologia (50,7) e a menor dos de administração (42,1), numa escala de O a 100. Estudantes de cada um dos 15 cursos fizeram ainda prova com questões específicas a cada área.
O Enade foi aplicado em 12 de novembro de 2006, em 2.081 locais de prova, distribuídos por 871 municípios, de todos os estados e do Distrito Federal. Participaram do exame 386.524 universitários, sendo 211.857 ingressantes e 174.687 concluintes. De acordo com o sistema de avaliação do MEC que substituiu o antigo “Provão”, os conceitos são o do Enade -que considera o desempenho de ingressantes e concluintes juntos e o IDD (Indicador de Diferença Entre os Desempenhos Observado e Esperado), que avalia o quanto de conhecimento os cursos agregam aos alunos. Em ambas avaliações, as notas vão de l a 5. Dessa forma, somente os alunos de 45 cursos do país conseguiram se enquadrar no nível mais alto (5), tanto no conceito do Enade quanto no IDD.
Em Minas, a melhor avaliação foi obtida pela Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), que teve dois cursos com a nota máxima nos dois conceitos-. Direito e normal superior. Os cursos mineiros que ficaram no nível mais alto de avaliação foram: administração, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG); administração, das Faculdades Milton Campos (Nova Lima); ciências econômicas, da Faculdade Ibmec (Belo Horizonte); e direito, da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop).
O bom desempenho foi muito comemorado na instituição mantida pelo governo estadual, que oferece ensino gratuito ali mil alunos em sua sede e em 10 campus nas regiões Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha, as áreas mais carentes do território mineiro. “A boa avaliação resulta de um esforço coletivo e responsável que tem como base o planejamento,, visando transformar a instituição numa das maiores universidades do país. Para isso, contamos com competência e boa vontade dos nossos professores, funcionários e alunos”, afirmou o reitor Paulo César Gonçalves de Almeida. “Isso demonstra que, mesmo não estando nos grandes centros, a Unimontes é competente e reconhecida em nível nacional”, acrescentou.
Aluna do último ano do curso de direito da Unimontes, Tatiana Gonzaga Lafetá, de 23 anos, acredita que a nota máxima no Enade vai facilitar sua entrada no concorrido mercado de trabalho do mundo jurídico. “Essa avaliação é um reconhecimento à qualidade da universidade pública e, conseqüentemente, os seus egressos vão colher os bons frutos dessa conquista”, afirma Tatiana, que pretende fazer concurso para a magistratura. “Devemos observar que o curso também possibilita o contato com a prática, o que é um ponto positivo para nossa formação”, ressaltou.
PESQUISA
O coordenador do curso de direito da UFOP, Rafael Frattari, atribui a nota máxima obtida pêlos alunos às atividades de extensão e de pesquisa realizadas durante o curso. “Elas permitem que os estudantes tenham atitude mais crítica e desenvolvem melhor as habilidades na área”, afirmou.
Também obteve nota 5 o curso de ciências econômicas, da Faculdade Ibmec, de BH. “Atribuímos o bom resultado ao planejamento, à qualidade didática e à infra-estrutura adequada”, disse o coordenador-geral da instituição em Minas, Paulo Henrique Cota Pacheco. Entre as inovações do curso, ele destacou o fato de os alunos terem aulas em tempo integral, pela manhã e à tarde.
