Os professores da USP decidiram ontem, em assembleia, manter a greve com indicativo de suspendê-la na próxima segunda, quando realizarão nova assembleia. O vice-presidente da Associação de Docentes da USP, Francisco Miraglia, disse que são gran­des as chances de o movimento terminar porque os professores tiveram “vitória significativa”.

“O movimento teve boa repercussão e vitória significativa. Está na hora de suspender a greve. Vamos discutir com outros setores” disse, referindo-se a alunos e funcionários também em greve. Entre as “vitórias” estão a reformulação de decretos do governador de São Paulo, José Serra (PSDB), que, para os manifestantes, feriam a autonomia universitária.

Eles conseguiram também, do conselho de reitores da USP, Unesp e Unicamp, a promessa de análise da incorporação de parcela fixa ao salá­rio, além do reajuste salarial.

O impasse entre alunos, servidores e reitoria, entretanto, permanece inalterado. Ontem, Serra deu mostras de exasperação com a intransigência dos estudantes, que ocupam a reitoria da USP há mais de um mês. “Está claro que é uma minoria con­centrada querendo armar encrenca.. Esse é o único propósito que existe”. Na última quinta-feira, cerca de 4 mil manifestantes tentou protestar em frente ao governo, mas foi contido pela Policia Militar um quilometro antes de chegar ao Palácio dos Bandeirantes. Serra, apesar de estar no palácio, mandou o segundo escalão receber um grupo de manifestantes