Dados do Inep/MEC mostram que a maioria das instituições de Ensino Superior tem até 9 anos.

E expressivo o número de instituições novas de Ensino Superior no Brasil: 70% têm nove anos ou menos de existência, revelando um sistema inexperiente e que precisa se consolidar. Os dados foram apresentados ontem pelo coordena-dor-geral de Avaliação Institucional e dos Cursos de Graduação do Inep/MEC, Jaime Giolo, durante o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Graduação das Universidades Brasileiras (ForGrad), que se realiza até hoje na PUCRS. As informações têm como base o Cadastro de Instituições e Cursos e o Censo da Educação Superior de 2005, do Inep. “As instituições jovens e pequenas acabam tendo forte impacto no país, embora registrem pequeno número de matrículas. Mas as grandes têm perdido alunos para elas”, afirmou Jaime. Também houve redução de universidades em relação a outras instituições de Ensino Superior (IES). Ao contrário do que aconteceu na década de 70, quando houve a expansão das matrículas, o Brasil vive agora, principalmente, o processo de ampliação de cursos e do número de IES. “O campo privado domina o país, o que continua sendo tendência para os próximos anos”.

Os informes do Inep mostram que o sistema de Ensino Superior do país opera com poucos cursos. Atualmente, sete áreas concentram 57,3% das matrículas. Alguns foram, praticamente, abandonados, entre eles Agronomia, Física, Química e Estatística. “São cursos que não receberam investimento, ficaram para trás”, avaliou o técnico. Isso acontece porque a tendência das instituições privadas, principalmente das novas, é de investir em cursos com maior procura e que garantam retorno financeiro, Jaime acredita que o Brasil tem que se preocupar com a atual situação. “A Educação Superior é formada por instituições frágeis, com cursos concentrados em determinadas áreas”, enfatizou.

Outra dificuldade ocorre com a expansão do Ensino Superior, avaliada como insuficiente. “Ainda são poucos jovens ingressando. Há grande quantidade de vagas não preenchidas”, ponderou. Para ele, essa situação é uma mensagem de que a Educação privada não está conseguindo se viabilizar e que precisa se concentrar no que já tem. Outro fenômeno verificado é a o ForGrad, na PUCRS descentralização, com o encolhimento de IES no sudeste e ampliação nas demais regiões. O Inep detalha, ainda, que existem mais doutores no Ensino público e mais mestres no privado; que 63,9% dos docentes no país utilizam tempo parcial nas IES, havendo 74,6% dos docentes com tempo integral nas públicas e 16,3% nas privadas. Atualmente, as IES respondem questões para o Censo 2006 do Inep/MEC.