Conselho da Unicamp aponta “intranqüilidade” com a evolução da situação

Enquanto se mantém o impasse sobre a ocupação da reitoria da Universidade de São Paulo (USP), que já dura 27 dias, professores da instituição decidiram, na terça-feira, 29, continuar em greve e alunos da Universidade Estadual Paulista (Unesp) passaram a noite na sala do vice-diretor em Franca.

O protesto contra os decretos do governador José Serra (PSDB), que para parte da comunidade acadêmica fere a autonomia universitária, seguem sem resolução, somados a outras demandas de infra-estrutura e reajuste salarial.

No início da noite de terça, o Conselho Universitário da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) divulgou moção demonstrando preocupação com “a evolução da situação de intranqüilidade instalada nas universidades”. O texto pede “abertura imediata de efetivo processo de negociação”. Por fim, propõe que o presidente do conselho de reitores, o Cruesp, atue no conflito. A entidade é presidida pelo reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, que já condenou a ocupação.

Na reitoria da USP, estudantes foram surpreendidos na terça-feira com a notícia de que a Tropa de Choque estava se dirigindo ao campus. Assustados, telefonaram para jornalistas, para avisá-los da iminência da reintegração de posse. Alarme falso. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública, dois ônibus levavam estudantes da academia de polícia até o Instituto de Criminalística, que fica ao lado do campus. Tratava-se de “visita de estudos”.

Em Rio Claro, representantes de cem alunos que desde sexta-feira,25, ocupam salas de um dos blocos da Unesp entregaram documento com 17 pedidos à vice-diretoria do instituto. O principal é o mesmo dos alunos da USP: revogação dos decretos e a eliminação da Secretaria de Ensino Superior.

Também em apoio aos estudantes da USP, em Franca, cerca de 30 alunos de quatro cursos da Unesp pernoitaram entre a sala do vice-diretor e o corredor. Apesar de os funcionários terem decretado greve na terça, as aulas eram normais. Na Unesp de Assis, alunos colocaram cadeiras para fora das salas de aula, em solidariedade ao movimento da USP.

Na quinta-feira, 31, os manifestantes farão uma passeata da USP até o Palácio dos Bandeirantes. Professores, funcionários e alunos querem ser recebidos pelo governador.