Manifestação tem como objetivo criticar decretos de Serra para o ensino superior

De acordo com informações da comissão estudantil responsável pela invasão do prédio da reitoria da USP, foi marcada para às 14 horas de quinta-feira, 31, uma manifestação em frente ao Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, no bairro do Morumbi, Zona Sul da cidade de São Paulo.

O ato tem como objetivo reivindicar melhores instalações na universidade e criticar os decretos do governador José Serra para o ensino superior.

Na última segunda-feira, 29, os estudantes se reuniram com o secretário estadual de Justiça, Luiz Antonio Guimarães Marrey, para discutir as reivindicações do estudantes. O encontro contou com a participação de 25 alunos da USP, Universidade Estadual Paulista (Unesp) e Universidade de Campinas (Unicamp).

Segundo os manifestantes, decretos estaduais publicados em janeiro ameaçam a autonomia das universidades estaduais: a USP, a Unicamp e a Unesp. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), nega a alegação.

Os estudantes pensam em pedir garantias formais do governador. O encontro desta segunda-feira, 28, terá a presença de estudantes, funcionários e professores das três universidades. A reitora foi convidada, mas não divulgou se aceitaria a oferta.

Como a reunião foi marcada na última quinta-feira, 24, os alunos tiraram proveito do sábado e do domingo tranqüilos, sem previsão de uma visita da Polícia Militar, depois de dias de ansiedade após rumores, na semana passada, de reintegração de posse.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) esteve no domingo, 27, na reitoria para conversar com os alunos e ver como estavam as condições do prédio. “Andei por lá e liguei para a reitora (Suely Vilela) comunicando que não há nada quebrado”, disse ao sair. À tarde, estudantes penduraram faixas em uma árvore diante da reitoria para “enfeitar” o local e mostrar à reitora que estão cuidando do espaço ocupado.

Ufscar

Além de USP, Unesp e Unicamp, a Universidade Federal de São Carlos (Ufscar) também teve greve, com adesão de cerca de 90% dos servidores e funcionários da universidade.

“Queremos agora derrubar uma liminar proibitiva, conseguida pela reitoria, que nos proíbe de fazer piquetes e fechar os portões da instituição”, disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores, Técnicos e Administrativo da Ufscfar (Sintufscar), Carlos Cícero Nogueira. As discussões e avaliações sobre a paralisação serão diárias, segundo Nogueira.

Em Ribeirão Preto, cerca de 70% dos funcionários da Universidade de São Paulo (USP) continuaram em greve, assim como os docentes, que irão fazer uma avaliação da paralisação na terça-feira. André Luís Orlandin, diretor do Sintusp, disse que os alunos também poderão optar, na quinta-feira, pela paralisação.

Em São Carlos, os funcionários da USP também continuaram parados e na terça os docentes poderão seguir o mesmo caminho. Na Unesp de Araraquara, alunos e professores do Departamento de Letras continuam parados desde quinta-feira.