Um grupo composto por cerca de 300 alunos e funcionários da USP (Universidade de São Paulo) realizou um protesto na tarde desta quinta-feira no plenário da Alesp (Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo).

Empunhando cartazes e faixas, eles exigiam apoio dos deputados estaduais para que se posicionem de forma contrária aos decretos assinados pelo governador José Serra (PSDB) no início deste ano, que entre outros itens cria a Secretaria de Ensino Superior no Estado de São Paulo. Os funcionários também reivindicam a retirada do projeto de lei que cria o SPPREV (Sistema de Previdência dos Servidores Públicos), em trâmite na Alesp.

A manifestação foi pacífica e o grupo conseguiu se reunir com alguns deputados estaduais da Alesp.

Após o protesto, os manifestantes retornam ao campus Butantã da USP para se juntar aos cerca de 300 alunos –segundo os universitários– que permanecem no prédio da reitoria nesta quinta-feira. Os alunos ocupam o prédio da reitoria desde o último dia 3.

Na quarta (16), os funcionários deram início a greve da categoria e manifestaram apoio a ocupação do prédio da reitoria feita pelos alunos, que, por sua vez, declararam apoio a paralisação dos funcionários.

Um mandado de reintegração de posse foi expedido pela Justiça e um oficial tentou entregar o documento no início da noite de quarta, que foi recusado pelos alunos.

Representantes do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) afirmaram que hoje pela manhã houve um princípio de confusão envolvendo alguns funcionários e a guarda universitária. Um dos diretores do sindicato, Magno de Carvalho, 60, disse que por volta das 8h30 os funcionários impediram a saída dos carros da guarda, que por sua vez fechou a entrada do campus para impedir a entrada dos ônibus que levariam os manifestantes à Alesp.

A informação não foi confirmada pela assessoria de imprensa da USP. Segundo a universidade, as saídas e entradas do campus não foram interrompidas pelos guardas e funcionaram normalmente.

Carvalho disse ainda que policiais militares estiveram reunidos na manhã desta quinta-feira com a reitora, Suely Vilela, para traçar uma ação para cumprir o mandado de reintegração de posse do prédio da reitoria. Suely está trabalhando no 5º andar do prédio do Ipen (Instituto de Pesquisas Nucleares e Energéticas), uma autarquia do governo estadual localizada dentro do campus Butantã.

A assessoria de imprensa da USP não soube precisar se de fato houve ou não a reunião citada por Carvalho.

Greve

Ainda segundo o Sintusp, estão de braços cruzados nesta quinta-feira cerca de 8.800 funcionários (57% dos 15.500 servidores da universidade). A assessoria informou não ter uma estatística atualizada da paralisação, mas dados coletados ontem junto aos departamentos dá conta que as atividades operacionais, tais como o Coseas (Coordenadoria de Assistência Social) –que entre outras atividades fornece as refeições para os chamados bandejões (restaurantes) existentes no campus–, creche e transporte não estão funcionando.

Ainda segundo a assessoria de imprensa USP, a Prefeitura do Campus da USP no Butantã foi interditada pelos funcionários. Diferentemente de outras paralisações feitas em anos anteriores, os servidores estão impedindo o acesso dos funcionários que cuidam da central de monitoramento, responsável, entre outras coisas, pelo sistema de comunicação da guarda universitária e vigia das câmaras espalhadas pelo campus, colocando em risco a segurança. O Sintusp afirma que a segurança no campus está normal na tarde desta quinta-feira.