Categoria diz que medidas da gestão Serra diminuíram autonomia das universidades e pede também reajuste

Paralisação por tempo indeterminado atinge 70% dos trabalhadores, mas exclui docentes, segundo o sindicato dos funcionários

Os funcionários da USP iniciaram ontem uma greve por tempo indeterminado contra as medidas da gestão José Serra (PSDB), que, segundo eles, diminuíram a autonomia das universidades. Outra reivindicação é um reajuste salarial.

Além do campus central (zona oeste), também houve paralisação na USP Ribeirão Preto. Segundo o Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP), cerca de 70% dos 15,5 mil funcionários pararam, o que não inclui os docentes.

Os alunos decidiram ontem, em assembléia, aderir à greve a partir de hoje. Eles resolveram também manter a ocupação da reitoria da USP, que já dura 14 dias e é também em protesto contra as medidas da gestão Serra. No início da noite de ontem, um oficial de Justiça havia entregue um mandado de reintegração de posse.

O Sintusp afirmou que não funcionaram ontem o transporte circular, a creche e o restaurante universitário, além de outros serviços. A reitoria confirma a paralisação no transporte, alimentação e creche, mas afirma que, nas unidades, o movimento atingiu apenas parte da ECA (Escola de Comunicações e Artes) e de 20% a 30% na Faculdade de Direito.

Os funcionários reivindicam a revogação dos decretos assinados por Serra publicados no início deste ano, que incluem a criação da Secretaria de Ensino Superior. Para os manifestantes, a medida tira das escolas as condições de definir suas diretrizes. O governo nega a interferência nas universidades e diz que a criação da secretaria foi feita para valorizá-las.

Outra reivindicação é um aumento de R$ 200 mais reajuste de 3,15% a todos os funcionários e professores da USP, Unesp e Unicamp. O piso hoje é de R$ 800. O Cruesp (conselho de reitores) disse que só houve uma reunião de negociação.

O Sintusp é filiado à Conlutas (central sindical ligada ao PSTU). O diretor do sindicato Magno Carvalho diz que a greve não tem cunho partidário.
Em São Carlos, onde há dois campi da USP, os servidores param a partir de segunda. Os professores de Ribeirão Preto e São Carlos devem tomar uma posição até o fim da semana.