Número de pólos destinados ao ensino à distância cresceu na região; 2,2 milhões de pessoas já se inscreveram.

A expansão do ensino superior também chegou à Internet com a multiplicação dos cursos à distância em todo o país.

Na região, o número de pólos também cresceu desde o ano passado, com a vinda de universidades como a Metodista e abertura de opções na Unip (Universidade Paulista) e Unitau (Universidade de Taubaté), entre outras.

Segundo Secretaria de Educação e Ensino à Distância, 2,2 milhões pessoas no país se matricularam na modalidade em 2006, atraídos pela flexibilidade do horário das aulas e preços mais acessíveis.

A partir de agosto inicia também a oferta de cursos gratuitos pela UAB (Universidade Aberta do Brasil), projeto do governo Federal, em parceria com prefeituras e universidades.

Na região, São José terá dois pólos com expectativa de abertura de 450 vagas. A cidade também vai sediar um encontro internacional que irá discutir novos desafios para a educação (leia texto nesta página).

MATURIDADE – Mas ao contrário do que muita gente pensa, não é fácil estudar à distância, pois a aparente flexibilidade no estudo faz com que o aluno tenha que organizar o seu próprio tempo e pesquisar mais para tirar suas dúvidas.

O diploma de quem conclui o curso à distância não tem diferença alguma de um aluno que estuda em uma universidade totalmente presencial.

Por determinação do MEC (Ministério da Educação), os cursos são obrigados a ministrarem aulas presenciais nos pólos, onde o aluno assiste às teleaulas e interagem com os professores. Há também uma carga horária para desenvolvimento de aulas atividades acompanhadas por um monitor. As provas também são realizadas neste local.

As escolas também têm que disponibilizar um portal do aluno, onde são realizadas por ele, no mínimo 20 horas semanais, que se não forem cumpridas levam à reprovação.

Por esses motivos, a modalidade tem sido a opção encontrada por pessoas com idade acima dos 25 anos, que não tiveram oportunidade de concluir o ensino superior ou encontraram na forma uma maneira de se requalificar ou até adquirir conhecimento.

A securitária Ieda Maria de Araújo Viana, 43 anos, procurou o curso tecnólogo em Logística na Metodista para se qualificar. Ela atenta para a necessidade de ter um computador bem equipado e Internet banda larga.

“Você tem que estar sempre ligado na Internet. Eu tive que trocar o meu computador e colocar banda larga para conseguir acompanhar. Você tem que pesquisar muito para fazer as atividades. Eu recomendo, mas tem que ter responsabilidade.”

A nutricionista Sheila Maria Costa e Castro, 54 anos, é um exemplo de que para realizar os sonhos não há idade. Ela entrou na graduação aos 50 anos e agora quer ser professora. Ela aderiu a EaD e faz especialização em Formação de Professores para o Ensino Superior na Unip.

“Eu até tinha uma resistência a esse tipo de curso, porque eu gosto de aula expositiva com o professor. Fiquei surpresa, porque tem muita interação. Tem que ter esforço, mas o curso permite, pelas atividades, questionários e material disponível no sistema.”

REGULAMENTADO – Segundo o secretário substituto de Educação à Distância do MEC (Ministério da Educação), Hélio Chaves Filho, todos os cursos para serem ofertados precisam ser regulamentados pelo ministério.

Chaves Filho disse também que o governo vai investir esse ano cerca de R$ 200 milhões em EaD, Universidade Aberta do Brasil e em outros programas que visam levar a oferta do ensino superior para o interior do Brasil.

“O despertar para a expansão foi a partir de 2000, quando as instituições começaram a trabalhar programas para formação de professores. Daí a EaD se mostrou como importante estratégia porque ela flexibiliza a carga horária. Além disso, você consegue interiorizar a oferta.”

Coordenadores querem dobrar oferta

A expectativa dos coordenadores de Educação à Distância consultados pelo valeparaibano é dobrar ainda esse ano a oferta de cursos na região.

A Unip (Universidade Paulista) tem cerca de 5 mil alunos na modalidade no Brasil, mas espera chegar a 10 mil até o final do ano.

Na unidade de São José dos Campos será disponibilizado apenas o curso de pós-graduação Lato Sensu. O primeiro, “Formação de Professores para o Ensino Superior” teve início no final do ano passado, com duração aproximada de um ano. As aulas presenciais acontecem aos sábados, das 8h às 12h.

A unidade está com inscrições abertas para os cursos Lato Sensu em Administração de Recursos Humanos, Administração Geral, Administração Hospitalar, Direito do Consumidor e Marketing. Informações www.sepi.unip.br e pelo telefone 0800-010-9000.

A Universidade Metodista montou dois pólos na região: São José e Guaratinguetá, que juntos possuem atualmente cerca de 750 alunos.

A instituição está com o processo seletivo aberto até o dia 20 de junho para os cursos: Administração, Ciências Sociais, Letras, Pedagogia, Teologia, Gestão de Recursos Humanos, Logística, Marketing e Gestão de Pequenas e Médias Empresas – Processos Gerenciais. Informações www.metodista.br/ead e pelos telefones (12) 3942-3600 São José e (12) 3126-1050 Guará.

Universidade aberta ganha pólos locais

O MEC (Ministério da Educação) inicia a partir de junho as atividades da UAB (Universidade Aberta do Brasil) que irá oferecer gratuitamente cursos à distância, em parceria com municípios e universidades brasileiras.

Nesta primeira fase foram credenciados 174 pólos. Outros 117 ainda estão em fase de avaliação e adaptação, com início previsto para setembro deste ano. Ao todo, 291 pólos, em 288 cidades, em todo os estados brasileiros. Em São José dos Campos serão dois pólos –Cedemp (Centro de Educação Empreendedora) na zona sul e na EMEF Professora Vera Lúcia Carnevalli Barreto, com os cursos de graduação: Sistemas de Informações, Pegagogia e Engenharia Ambiental e um de pós-graduação em Informática em Saúde. Posteriormente, os pólos ganharão outros cursos.

Segundo Angela Tornelli, assessora de planejamento estratégico da secretaria de Desenvolvimento Econômico de São José, um vestibular será realizado em breve para que as aulas possam começar em agosto.

“Nosso objetivo maior é geração de empregos. Estamos estimulando a entrada de pessoas que não tiveram oportunidades de concluir o ensino superior.”

Segundo o secretário substituto de Educação à Distância do MEC (Ministério da Educação), Hélio Chaves Filho, a UAB é um grande projeto que vai permitir que se crie um modelo de EaD.

“A política do MEC neste setor é investir forte na regulamentação da oferta, para que a educação à distância não seja precarizada, de baixa qualidade. A proposta é moralizar, dar credibilidade. Até 2008, 845 candidaturas passarão pelo crivo do MEC”.