Eles ocupam o prédio da reitoria desde quinta-feira (3) passada.

Alunos estão em plenária para decidir pelo fim ou não da ocupação.

Os estudantes que ocuparam o prédio da reitoria da Universidade São Paulo (USP) afirmaram que as negociações avançaram na reunião com a reitora, Suely Vilela, na tarde desta terça-feira (8). Os manifestantes ainda estão reunidos numa plenária para votar -pelo fim ou continuidade da ocupação.

De acordo com a comissão de comunicação do movimento, a reitora garantiu que não vai haver punição para estudantes e funcionários que participaram da ação.

A comissão informou que advogados de ambas as partes estão reunidos para redigir um documento no qual a reitoria se comprometa a não punir os estudantes, desde que isso não incorra em um ato de improbidade administrativa dela.

A assessoria de imprensa da USP, no entanto, não confirmou a informação e disse apenas que a reitora, no momento, está reunida com sua equipe para redigir um documento que será apresentado aos alunos.

De acordo com a comissão, as negociações também avançaram em termos de moradia estudantil com o aceno da reitora para a criação de novas vagas ainda neste ano e outras futuramente. No entanto, de acordo com a comissão o número é menor do que as 594 vagas exigidas pelos manifestantes.

Na pauta de reivindicações que os estudantes levaram para discutir com a reitora estão a exigência de que a USP se posicione publicamente sobre os decretos do governador José Serra, que, para os alunos, ferem a autonomia da universidade; o aumento da oferta de moradia estudantil para todos os campi, com a criação de mais 594 vagas e reforma do Conjunto Residencial da USP (Crusp); contratação de mais professores e a substituição imediata dos docentes que se aposentam; reforma de faculdades e a não punição dos manifestantes.

Entre os decretos de Serra criticado pelos estudantes, eles destacam o desmembramento dos órgãos da educação estadual com a criação da Secretaria de Ensino Superior, a qual estão ligadas as universidades públicas paulistas.

Os estudantes também criticam a portaria que determinou o contingenciamento das verbas das universidades. Eles reclamam ainda do veto do ex-governador Cláudio Lembo (PFL), no último dia de seu mandato, ao aumento dos recursos destinados à educação no estado. A medida foi tomada, segundo declarou Lembo, com a concordância de Serra.

Cerca de 300 estudantes estão dormindo no local diariamente desde a quinta, segundo informaram os manifestantes. Durante a invasão houve a quebra da porta do prédio da reitoria. No entanto, os alunos afirmam que o arrombamento da porta foi “dano circunstancial e ocasionado pela resistência da segurança em deixar os estudantes entrarem”.