Alunos pedem que a universidade se manifeste sobre decretos do governo estadual.
Eles ocupam o prédio da reitoria dede quinta-feira (3) passada.
Em reunião realizada na tarde desta segunda-feira (7), os estudantes que invadem o prédio da reitoria da Universidade de São Paulo (USP) desde a quinta-feira (3) decidiram pedir uma audiência com a reitora da universidade, Suely Vilela, nesta terça-feira (8) às 11h.
De acordo com a estudante Daniela Alarcon, da comissão de imprensa da manifestação, foi enviado um e-mail para a reitora na noite dessa segunda-feira solicitando o encontro. A ocupação do prédio será mantida.
Segundo os estudantes, no início da tarde dessa segunda, os manifestantes panfletaram em diversos unidades da universidade pedindo apoio ao movimento.
A assessoria de imprensa da USP disse que a reitora ainda não recebeu o e-mail com o pedido dos estudantes. De acordo com o órgão, a professora Suely passou o dia reunida com seus assessores discutindo a questão.
A estudante Daniela explica que o movimento exige um posicionamento público da universidade sobre os decretos do governador de São Paulo, José Serra. Os estudantes querem saber se a USP concorda ou não com as medidas de Serra. Entre os decretos, os manifestantes destacam o desmembramento dos órgãos da educação estadual com a criação da Secretaria de Ensino Superior, a qual estão ligadas as universidades públicas paulistas.
Os estudantes também criticam a portaria que determinou o contigenciamento das verbas das universidades. Eles reclamam ainda do veto do ex-governador Cláudio Lembo (PFL), no último dia de seu mandato, ao aumento dos recursos destinados à educação no estado. A medida foi tomada, segundo declarou Lembo, com a concordância de Serra.
Outros pontos reivindicados são a maior oferta de moradia estudantil, a solução de problemas na infra-estrutura de faculdades e a contratação de mais professores para os quadros da universidade.
Cerca de 300 estudantes estão dormindo no local diariamente desde a quinta, segundo informaram os manifestantes. Durante a invasão houve quebra de portas e janelas. No entanto, os alunos afirmam que o arrombamento da porta da reitoria foi “dano circunstancial e ocasionado pela resistência da segurança em deixar os estudantes entrarem”. Até agora, o grupo negociou com o vice-reitor, Franco Maria Lajolo, porque a reitora estava em viagem ao exterior. Ela voltou nessa segunda.
A Congregação da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP, manifestou na semana passada, por meio de nota, repúdio à invasão do prédio