Com a presença de dirigentes de todo o país, o Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp) promoveu a oitava edição do Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro (Fnesp), em evento realizado na capital paulista nos últimos dias 20 e 21. O encontro teve como tema “Educação Superior: Questão de Estado – Prioridade Nacional”.

Presidente do Semesp, Hermes Figueiredo destacou que o fórum surgiu com a idéia de se tornar um ambiente de discussão entre mantenedores, professores, reitores e autoridades. “Discutimos o ensino superior no Brasil e, especificamente, ensino superior privado em suas múltiplas facetas, quer no seu relacionamento com a sociedade, com as autoridades e com o MEC”.

O dirigente também aproveitou para lembrar que, apesar dos problemas de relacionamento, as instituições e o Poder Público devem tentar conviver em harmonia. “Evidentemente, neste relacionamento com as autoridades, surgem problemas e conflitos, ora de interesses ora de interpretação e, através deste fórum, nós procuramos discuti-los”, acrescentou.

Este ano, o fórum teve como novidade a participação de educadores internacionais, que trouxeram modelos e experiências educacionais de outros países. Entre os principais convidados estavam Guy Neave, professor da Universidade de Twente, na Holanda, Maria Tereza Lepeley, do Global Institute for Quality Education, Alberto Manuel Sampaio Castro Amaral, do Centro de Investigações Políticas da Universidade do Porto, em Portugal, Cláudio de Moura e Castro, diretor da Faculdade Pitágoras e Nina Ranieri, da Universidade de São Paulo.

Durante o fórum, foram discutidos temas como a qualidade do ensino oferecido pelas instituições e a avaliação das mesmas, além das formas de financiamento do ensino superior e programas oficiais do governo, como o “Universidade para todos” (ProUni) e o Fies.

Para Nina Ranieri os programas de financiamento devem exigir uma contrapartida do estudante. “A gratuidade prevista para as escolas públicas não é absoluta. Não existem direitos absolutos. O Estado não deve e não dá conta de ser responsável por tudo. Esta contrapartida pode vir, por exemplo, por meio de serviços de extensão, mas o financiamento não pode ser visto como um presente”, destacou.

Já Cláudio de Moura e Castro propôs como solução para as dificuldades de expansão do ensino superior que o governo contraia empréstimos junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com o objetivo de utilização dos recursos para a concessão de crédito educativo. “Esse é um processo prático, fácil e totalmente indolor para o governo, com exceção do ponto de vista ideológico”, ressaltou o educador.