Álvaro Machado Dias, professor da UNIFESP, falou sobre Inteligência Artificial na última sessão do primeiro dia do 25º FNESP (Foto: Jonathan Nóbrega/Semesp)​

Encerrando as discussões do primeiro dia do 25º FNESP, Álvaro Machado Dias, professor da UNIFESP, e Annabella Laya, CEO da Acreditta, participaram da sessão “Neurociência e Inteligência Artificial: como a tecnologia está revolucionando o aprendizado dos estudantes”, que buscou discutir o tema sob uma perspectiva positiva, afastando-se das previsões apocalípticas que costumam envolver o assunto.

Para Álvaro Machado Dias, a importância da Inteligência Artificial não se dá apenas porque ela representa um passo no desenvolvimento tecnológico, mas sim porque ela quebra um paradigma na forma como transmitimos informações para as próximas gerações por meio de uma máquina. “Os modelos de funcionamento do cérebro humano estão diretamente relacionados à forma como aprendemos e à própria evolução da humanidade”, afirmou ele. “E a Inteligência Artificial impacta nesse processo, por meio da previsão do comportamento e do modo como conseguimos organizar mais informações com menos esforço, por exemplo”, citou. Segundo ele, isso tem a ver com classificação e engajamento. “Mas isso não quer dizer que estamos sendo manipulados pelos algoritmos”, explicou.

Alunos apontam o modelo ideal de IES

Em relação à educação, Dias destacou que um dos aspectos positivos da IA é a sua grande capacidade de transformação. “No campo do ensino, isso é fundamental porque permite o aprendizado customizado para cada pessoa, e com baixo custo”, apontou. “Por outro lado, esses usos podem impactar negativamente em nossas estruturas cognitivas, gerando vícios e falta de iniciativa e motivação nos alunos”, citou.  “Os desafios são grandes e vão impactar os alunos, que precisam entender esses riscos cognitivos; os docentes, que precisam estar atualizados sobre o tema; e os tomadores de decisão, que devem implantar os sistemas tendo em mente os efeitos a longo prazo dos usos da IA na educação”, destacou.

Anabella Laya defendeu a adoção de microcredenciais como solução para a lacuna de competências no mercado de trabalho (Foto: Jonathan Nobrega/ Semesp)​

Anabella Laya também participou da sessão falando sobre a importância das microcredenciais. De acordo com dados apresentados por ela, a América Latina possui uma grave lacuna de competências, o que afeta diretamente o mercado de trabalho. “Precisamos dar uma resposta a essa brecha de habilidades, e as microcredenciais são a solução para esse problema”, defendeu. “As microcredenciais podem ser adquiridas em cursos de curta duração, de modo formal e informal”, disse ela.