O Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo – Semesp apresentou um levantamento com base nos dados do Censo da Educação Superior do MEC, de 2007, que aponta que apenas 6,9% dos alunos matriculados no ensino superior particular são beneficiados por algum programa de financiamento reembolsável. O benefício atinge apenas 250 mil alunos e, para 20% deles, a bolsa é oferecida pelas próprias instituições em que estudam.

Segundo o presidente do Semesp, Prof. Hermes Figueiredo, a falta de linhas de financiamento adequadas é um dos principais fatores para que o ensino superior brasileiro não consiga incluir o enorme contingente de jovens em idade de cursar  o terceiro grau. “Mesmo o Prouni – Programa Universidade para Todos do governo federal, que conta com o apoio das instituições privadas na concessão de bolsas de estudo integrais e parciais a estudantes de cursos de graduação, deixa muito a desejar. Apenas 206,2 mil estudantes foram beneficiados pelo programa em 2007, muito abaixo da quantidade de vagas disponíveis”, afirma o dirigente.

De acordo com dados do Censo, somente 12% dos jovens de 18 a 24 anos cursam o Ensino Superior, o que exclui 17 milhões de brasileiros das universidades. “Nossos índices ainda são baixos. Perdemos para Bolívia, Colômbia e Argentina, que ultrapassam os 30% dos jovens na faculdade. A meta do MEC é incluir 30% dos jovens nesta faixa etária no Ensino Superior. Para alcançarmos essa marca precisaríamos ter mais 2 milhões de alunos matriculados”, contabiliza o educador.

Na opinião do presidente do Semesp, “a universalização da educação superior só será possível quando o governo federal evoluir na sistemática de financiamento do ensino superior oferecido pela iniciativa privada”, afirma. Dados levantados pelo Semesp revelam que os tipos de financiamentos educacionais reembolsáveis mais utilizados pelos estudantes no País são: FIES (67,6%), oferecidos pelas próprias IES (20,1%), pelo governo estadual (5,2%), municipal (1,6%) e outros (5,5%).

Figueiredo afirma que o financiamento estudantil, além de ajudar no desenvolvimento econômico do país, propicia melhores oportunidades na formação profissional e acesso social aos jovens de baixa renda. “40% dos estudantes hoje possuem renda familiar inferior a 5 salários mínimos, e estão limitados a mensalidades entre R$ 250 a R$ 450. O financiamento, sem dúvida, promove a inclusão profissional destes jovens”, analisa Figueiredo.

Projeções

De acordo com projeções realizadas pelo Semesp, em 2013 haverá 5,8 milhões de alunos no Ensino Superior no Brasil, sendo 4,4 milhões somente nas escolas particulares. Caso o ensino superior privado continuasse crescendo no mesmo ritmo de 1997 a 2003 e contasse com mais opções de linhas de financiamento para os alunos, o Brasil teria hoje 7 milhões de alunos matriculados e, em 2013, poderia chegar a 11,4 milhões (veja gráficos abaixo).

Mas, mesmo com a taxa de escolarização abaixo do ideal, o Censo da Educação Superior do MEC apontou crescimento na última década, principalmente nas Instituições de Ensino Superior (IES) particulares. Nos últimos dez anos, houve um aumento de 148% no número de matrículas no ensino particular, contra 31% nas universidades públicas.

Raio–X do Ensino Superior no Brasil

– Das 2.495 Instituições de Ensino Superior no Brasil, 2.243 são particulares
– Total de estudantes matriculados no Brasil (público e particular): 4.880.381
– Estudantes matriculados no Brasil na rede particular: 3.639.413
– Estudantes matriculados no Brasil na rede pública: 1.240.968
– Estudantes matriculados em São Paulo na rede particular: 1.160.271