Nesta quinta-feira, primeiro dia do 14º FNESP – Fórum Nacional: Ensino Superior Particular Brasileiro, José Luis Cordeiro, membro do Millennium Project, pesquisador visitante no Institute of Developing Economies, em Tóquio (Japão) e conselheiro energético na Singularity University, na Califórnia (EUA), falou sobre inovação para a transformação e competitividade no ensino superior e citou programas que estão em desenvolvimento no mundo para melhorar a inteligência.

Segundo Cordeiro, o futuro da educação no mundo caminha para o que ele chama de singularidade tecnológica. “Até meados de 1965 não havia nenhuma previsão real sobre o futuro do hardware, quando o então presidente da Intel, Gordon E. Moore, fez uma profecia, na qual o número de transistores dos chips teria um aumento de 100%, pelo mesmo custo, a cada período de 18 meses”, lembrou. “Essa evolução fará com que entre 2029 e 2045 os computadores terão muito mais histórias do que o cérebro humano”, previu Cordeiro.

Para ele, o professor do futuro deverá ser um facilitador do aluno no uso das novas tecnologias e, por meio delas, haverá a convergência do cérebro humano com a máquina. Cordeiro lembrou o exemplo da Coreia, que desenvolve e aplica um programa para substituir todos os livros nas instituições de ensino pelos tablets e professores de inglês por robôs, que ensinam os alunos tanto com o sotaque do inglês britânico, como o americano ou australiano.

Especialista em estudos na América Latina sobre a singularidade tecnológica, Cordeirofez projeções até 2030, e acredita que até lá um brasileiro vai poder conversar com um japonês pelo celular com tradução simultânea sem que os interlocutores precisem estudar a língua do outro. Ele lembrou ainda que por meio da nanotecnologia e da biotecnologia o homem já pode mapear o genoma humano, descobrir seus ancestrais e as doenças que irá desenvolver, além de desenhar os bebês do futuro. E que a cognotecnologia e a infotecnologia serão capazes de ajudar o cérebro do humano a se desenvolver cada vez mais.

No final da explanação, o coordenador do debate, professor Gabriel Mario Rodrigues, perguntou a Cordeiro o que as instituições de ensino brasileiras devem fazer para se adaptar a um mundo em constante mutação. “Abram suas mentes para o novo, a mudança é a única certeza constante, a cada dia precisamos nos reinventar e só a tecnologia fará essas mudanças”, finalizou Cordeiro.