A professora e pesquisadora do Centro Universitário Salesiano de São Paulo,  Ana Valéria Sampaio de Almeida Reis, apresentou novas tecnologias em sala de aula usadas na Unisal Campus Lorena, durante a 12ª Jornadas Regionais de Ribeirão Preto, realizada pelo Semesp no Hotel Ibis Shopping Ribeirão Preto, na última terça-feira (23/2).

“É preciso sensibilizar o professor a respeito do uso de novas tecnologias em sala de aula, pois não basta eleger uma tecnologia ou metodologia sem levar em conta o perfil do professor, o ambiente da sala de aula, o conteúdo a ser trabalhado, os objetivos a que se quer alcançar, o aluno em si e a gestão da instituição onde se trabalha”, disse a pesquisadora e enfatizou que “o professor hoje não pode mais dar aula e, sim, fazer aula”.

Ana Valéria explicou também que a melhor maneira de implantar novas tecnologias é não forçar os docentes, mas convidá-los a participar de um grupo de aprendizagem ativa, registrando as mudanças que os professores provocam nas aulas e nos alunos e até neles mesmos. “Temos de provocar, desafiar e motivar os nossos alunos, tornando-os protagonistas em nossas aulas de um modo mais efetivo e eficiente para que eles se sintam parte do processo de aprendizagem e construção do conhecimento, mas antes temos de saber como usar as novas tecnologias e adaptá-las em cada área do conhecimento”.

A educadora lembrou que “não é preciso repetir uma única metodologia em sala de aula ou usar uma só tecnologia, mas misturá-las ou simplesmente começar rompendo a tradição, tirando as cadeiras dispostas linearmente no método sala de aula invertida ou mesmo navegar na internet fazendo visitas em lugares diferentes, criando interação e participação conjunta com os alunos”.

Segundo ela, a grande dificuldade do professor hoje é como avaliar todas as aprendizagens ativas e fazer uso de tecnologias que continuam deixando a aula tradicional. “As próprias metodologias apresentam momentos onde o professor avalia o aprendizado do aluno e ele precisa ter muito claro os seus objetivos e quais habilidades quer desenvolver nesse aluno, para que o aluno mostre realmente que aprendeu e não entre apenas em uma plataforma de aprendizado e leia o texto inserido lá”.

Alguns caminhos apontados por Ana Valéria são o ensino por rotações, uma metodologia interessante onde o aluno passa por diversas ilhas, determinadas na sala de aula, onde ele trabalha em um momento sozinho, em outro em equipe, algumas vezes usando tecnologia, outras vezes priorizando a escrita individual e coletiva.

A educadora mencionou ainda a instrução em pares (Peer Instruction) facilitada pelo uso dos clickers. “Esta proposta mostra o grande potencial da tecnologia de feedback contínuo com os alunos, preenchendo a lacuna da interatividade necessária entre professor e alunos. As experiências mostram que é possível centralizar o ensino no aluno em grandes turmas e que os clickers ajudam na melhoria da qualidade como também no aumento dos níveis de produtividade tanto de alunos como de professores”, finalizou.