O Semesp realizou em sua sede, dia 25 de novembro, palestra com Morell D. Boone, PhD., professor do Departamento de Tecnologia Interdisciplinar da Universidade de Michigan, EUA, um dos maiores especialistas sobre o tema Bibliotecas.
        No evento, o palestrante apontou as principais mudanças no ambiente da biblioteca para melhor se adequar aos novos padrões tecnológicos da atualidade, agregando novos conceitos quanto à forma, estrutura e funcionalidade, caracterizando-a como um novo espaço de cultura, convivências e negócios. Segundo ele “o aprendizado é o coração de uma universidade e a biblioteca é o sangue que corre nesse coração”. No mundo acadêmico muitas instituições são consideradas padrões para o conhecimento.  As bibliotecas têm tido que enfrentar um mundo mais complexo cujas demandas alternam cada vez mais os processos das atividades da universidade.
       Para Morell Boone os computadores, a internet e a rede mundial abriram possibilidades de aquisição, gerenciamento e acessibilidade de informações para os estudantes que querem que sua educação seja sob medida. “o mercado é altamente interativo, tecnológico e voltado para as pessoas que fazem trabalhos sozinhas ou interagidas com o seu ambiente”.
Um dos principais fatores em uma mudança de paradigmas, tanto na universidade como um todo quanto na biblioteca acadêmica, é a vasta gama de fontes de informação e tecnologias digitais que estão atuando como “facilitadores” de mudanças.

Biblioteca atual 

        “A mudança é evolucionária”, analisa Morell Boone. “Hoje a biblioteca tem que ter acesso ao conhecimento, ter livros, revistas, jornais e outras fontes de informações. Tem que oferecer serviços para ser competitiva no mercado mais tecnológico”.
        Vivemos numa sociedade em que as tecnologias são emergentes. “Como pensar em não ter um celular hoje em dia? Isso é impossível!” Além de a noção das tecnologias existentes mudarem, a maneira como acessamos as informações, as tecnologias emergentes dos dispositivos portáteis, móveis e celulares estão alterando nossa concepção de trabalho. “Os planejadores de bibliotecas precisam considerar todas essas tecnologias, ao mesmo tempo em que criam espaços definidos em suas instalações para determinadas atividades”.
      Agora os prédios de bibliotecas, novos ou restaurados, contêm facilidades especiais como salas de conferências, estudos colaborativos, laboratórios computadorizados, centros de produção multimídia e cafés.
       Segundo Morell Boone, as bibliotecas do futuro devem ter mais atividades, uma participação mais ativa, produzir informações. “É necessária a criação de um ambiente otimizado por computador, onde tanto discentes quanto docentes possam trabalhar de modo colaborativo”. Para um aprendizado comum é preciso um local comum, conveniente e acessível com horário prolongado; oportunidades para novos empreendimentos colaborativos; suporte co-curricular específico para o curso e estrutura para unir pessoas e recursos para pesquisa.
       Para que as mudanças de paradigmas ocorram, segundo Morell Boone, “terá que haver uma constante evolução na biblioteca para que ela se mantenha no ritmo da universidade em constante mudança. As instituições deverão ter espaços físicos que propiciarão um pouco de reflexão monástica, ao mesmo tempo em que lidam com as duras realidades do mercado. Essas novas bibliotecas terão um novo conceito, nem totalmente monásticas nem impulsionadas pelo mercado, mas sim, uma síntese das duas”, conclui.