CARTA AO LEITOR | Edição 200

As alterações no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), anunciadas num vídeo postado nas mídias sociais em junho pelo ministro Renato Janine Ribeiro, embora esperadas, ficaram abaixo do que almejavam as instituições de ensino superior.

A elevação da taxa de juros de 3,4% para 6,5% ao ano, a concessão de 5% de desconto nos cursos contratados pelo programa, a substituição do critério de renda familiar bruta pelo de renda familiar per capita, a adoção de uma alíquota progressiva de comprometimento de renda por faixa salarial, o favorecimento de regiões com maior desigualdade educacional e na formação de profissionais de engenharia, saúde e educação são medidas restritivas, mas assimiláveis. Preocupa de fato a menor abrangência do Fies: serão pouco mais de 300 mil contratos neste ano, 43% a menos do que os cerca de 700 mil  de 2014.

O Semesp, ao lado de outras associações de ensino superior, foi parte ativa nas negociações desse novo Fies e conseguiu a grande vitória de não deixar que o critério de concessão do financiamento ocorresse por meio do leilão de preços, o que reativaria a guerra de mensalidades do final dos anos 90, o que comprometeria a qualidade do ensino.

O ponto positivo é que o Fies será um programa mais sustentável a longo prazo e as mantenedoras, mais maduras em relação ao mercado de ensino superior, não deixarão de lado a qualidade e procurarão alternativas para atender os alunos. O Semesp já fez sua parte: acaba de formalizar parceria com a Ideal Invest para atender os estudantes de IES com até 3 mil alunos, serviço que reportamos nesta edição.

Hermes Ferreira Figueiredo, presidente do Semesp