Fonte: Correio Braziliense

Com os atuais investimentos na educação, o governo condena o cumprimento de metas do Plano Nacional de Educação (PNE), mesmo nove anos antes de 2024, prazo para se atingir os objetivos. A conclusão consta no Mapa do Ensino Superior no Brasil, realizado pelo Sindicato das Entidades Mantenedoras de Ensino Superior (Semesp). O estudo será apresentado hoje, na Comissão de Educação do Senado, e pretende ajudar na formulação de políticas públicas para o setor. O Correio teve acesso ao documento com exclusividade.

A previsão negativa ocorre ao se analisar a meta 12 do PNE, que tem como alvo matricular, até 2024, 33% dos brasileiros entre 18 e 24 anos no ensino superior. Hoje, o índice alcança apenas 16%. De acordo com cálculos do Semesp, após os cortes de verbas sofridos pela educação no arrocho fiscal do governo, o objetivo seria alcançado apenas em 2034. “Nos últimos três anos, com investimentos a todo vapor, tivemos crescimento de 1,5 ponto percentual por ano. Era o caminho certo. Hoje, é completamente impossível bater as metas estipuladas”, afirmou Rodrigo Capelato, diretor-executivo do Semesp.

O problema é como voltar aos trilhos e atingir a sonhada meta 12. Representante das instituições de ensino particulares, Capelato não tem dúvidas: “A melhor ferramenta é o Fies, o financiamento estudantil”. Apenas em 2014, o governo injetou R$ 13,75 bilhões nas faculdades privadas por meio do programa, montante que financia 44% das vagas do setor.

Para Capelato, o investimento se justifica porque o setor privado é a rápida opção para se universalizar o estudo no Brasil. “O Fies mostrou à classe C o caminho doensino superior. É a única opção para os menos favorecidos que não têm condição de enfrentar o vestibular que privilegia as elites”, declarou. Desde 2010, 80% dos alunos que firmaram contratos com o Fies tinham renda de até 1,5 salário mínimo.

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