Recursos humanos assume posição estratégica nas IES

O setor de Recursos Humanos desempenha importante um papel dentro de uma organização. Além de identificar as competências necessárias de cada profissional, é responsável por gerenciar processos fundamentais de gestão e de liderança. No caso das instituições de educação superior (IES), o RH vem passando por intensa profissionalização, segundo o professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e coordenador da Universidade Corporativa Semesp, Marcio Sanches. “Cabe às áreas de Recursos Humanos desenvolver e aprimorar não só as competências dos profissionais das áreas fins, como docentes e coordenadores de curso, como também de todo o pessoal das áreas administrativa, de relacionamento, financeira, de atendimento, de secretaria, entre outras”, aponta.

Embora a maior parte das instituições adote processos seletivos diferentes para a contratação de um docente e de um profissional administrativo, é fundamental que as áreas acadêmica e administrativa conheçam a proposta de valor da instituição para que se consiga estabelecer as competências essenciais para os cargos e funções. Mareio acredita que muitas IES têm aprimorado seus processos de gestão de pessoas, mas que este é um fator que segue sendo um desafio para o setor de RH. “Questões como melhorias nos processos de recrutamento e seleção, avaliação, desempenho, remuneração e benefícios são desafios importantes a serem encarados para a melhoria da gestão das IES. Entendo que o nosso setor temos muito a aprender com outros setores de serviços, inclusive adaptando alguns processos de gestão de pessoas paia a melhoria da gestão do nosso corpo docente”, avalia.

O especialista considera que adquirir os conhecimentos e as técnicas de gestão de pessoas utilizados com sucesso em organizações privadas é um passo para criar equipes com lideranças competentes para a geração de resultados de alta performance. “O setor de gestão de pessoas nas IES historicamente tinha uma função muito coadjuvante. Nos demais setores da economia, o RH evoluiu muito nos últimos anos, tendo uma função cada vez mais estratégica, pois é ele quem faz a adequação das pessoas da organização para a implementação das estratégias de negócio”, destaca.

Melhorar a gestão de RH esbarra, muitas vezes, na falta de recursos financeiros por parte das IES. Em tempos de crise, Mareio sugere que as instituições otimizem os recursos e engajem as suas equipes. “De um modo geral as crises afetam muito a moral das pessoas e das equipes, e se não forem bem trabalhadas podem dificultar a implementação das medidas que ajudam a IES a atravessar a crise, como retenção de alunos, atração de novos alunos, manutenção de talentos, entre outros. Nós precisamos pensar que a crise mais cedo ou mais tarde será superada e precisamos estar preparados para aproveitar o momento da retomada.”

RH como área de apoio

A diretora de Recursos Humanos da Fadergs, Fapa e UniRitter, Lucimar Hermes, acredita que um dos maiores desafios para a área é a preparação para mudanças, especialmente no que diz respeito às novas gerações, às novas tecnologias e aos diferentes aspectos culturais. Nas instituições que dirige, o RH trabalha como parceiro do negócio. “Como área de apoio, atua na gestão de grandes desafios impostos pelas frequentes necessidades de mudanças e auxilia por meio da implantação de políticas e programas de desenvolvimento das lideranças, de gestão de desempenho, de recrutamento e seleção, de remuneração e benefícios, na preparação de sucessores, de treinamentos e na promoção contínua da motivação de seus colaboradores”, afirma. Nos processos sele-tivos, Lucimar explica que o setor busca, primeiramente, identificar profissionais que atendam às características da função e à missão das instituições. Além disso, a área de Recursos Humanos utiliza uma ferramenta chamada “Brassring” para divulgar as oportunidades, e também algumas redes sociais, como o Linkedin e Facebook. “Para as posições de gestão da área académica e corporativa, buscamos sempre oportunizar crescimento interno, ou seja, olhamos antes os prováveis potenciais e só abrimos processos externos se necessário”, comenta.

Em 2013, o setor de RH implantou o Programa de Desenvolvimento das Lideranças, que consiste em programas estratégicos contínuos que atendam aos desafios da dinâmica e do desenvolvimento da instituição. “Acreditamos que as lideranças têm papel fundamental no fortalecimento da cultura, da missão, da visão e dos valores da organização”, destaca a profissional.

O programa é dividido em três grandes ações: a Convenção da Liderança é o momento em que o CEO apresenta o planejamento estratégico do negócio; a Reunião da Liderança, realizada trimestralmente, é o canal direto dos gestores com a área de RH, uma vez que consiste na integração do grupo de gestores e diagnóstico de oportunidades de melhorias; e a Academia da Liderança, composta de seis módulos específicos de treinamento para desenvolver as habilidades dos líderes em diferentes níveis.

Apesar das constantes melhorias realizadas pela área de RH nos últimos anos, Lucimar acredita que é necessária atualização às novas tecnologias e ferramentas. “O uso das mídias sociais deve ser visto como grande aliado para a área atrair novos colaboradores, reter profissionais e ter habilidade de apoiar na condução das mudanças necessárias para a sustentabilidade do negócio.”

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