Os últimos dias de novembro foram intensos, com diversas reuniões virtuais e presenciais das Redes de Cooperação. Você, leitor, provavelmente, não tem a perspectiva do aprendizado que as redes geram. Falo na primeira pessoa, da minha percepção de aprendizado das IES que fazem parte das redes, do que acredito que o Semesp está aprendendo com o projeto e do meu aprendizado.

Em 2022, organizamos oito novas Redes de Cooperação. Aumentamos em mais de 40% o número de reuniões das redes e a participação das pessoas nos encontros aumentou 30%, o que indica uma participação efetiva dos gestores no projeto.  As IES compartilharam indicadores, o que possibilitou melhorias dos processos de gestão, trocaram experiências de boas práticas, projetos, soluções tecnológicas, modelos acadêmicos, ações e processos que qualificaram a área administrativa e, sem dúvida, fortaleceram seus vínculos.

O Semesp ao criar as Redes de Cooperação em 2016 talvez não imaginasse que o projeto ganharia a dimensão que ganhou. O tempo fez com que a equipe interna crescesse para dar suporte e qualidade ao projeto, com o Semesp repensando estratégias e tornando as Redes de Cooperação uma de suas prioridades.

Somos hoje um Hub de Redes. Erramos na composição de uma ou outra rede, na forma como pensamos o processo de compras coletivas e em algumas conduções e acompanhamentos das dinâmicas das reuniões. Com os erros, todavia, aprendemos e acertamos muito mais. As Redes de Cooperação são uma realidade, e os gestores, de modo geral, percebem os benefícios e impactos institucionais.

No momento em que escrevo o texto (dia 30 de novembro,) estou em reunião com a Rede 7 (G7). Aqui estão os nove reitores de todas as IES que compõem a rede. Estamos falando de Alma Mater. Imaginem o aprendizado ao ouvir nove narrativas sobre a Alma Mater de cada uma das IES. Antes ouvi o ENIAC apresentar o modelo acadêmico da instituição. Eu já admirava o ENIAC e passei a entender ainda mais a instituição. O reitor Ruy Guérios, um entusiasta da inovação, apresentou a coerência entre a narrativa institucional e o modelo acadêmico.

Na semana passada, participei presencialmente da Rede 9. Entre os temas discutidos, abordamos legislação educacional, internacionalização e sucesso do estudante. Relatei as reuniões presenciais de duas redes. Outras redes se reuniram e trataram de diferentes temas, o que proporcionou aprendizados significativos.

Eu gostaria de citar duas outras redes criadas recentemente que trouxeram aprendizados para mim e para todos os participantes. A Rede “Sustentabilidade: ODS/ESG” é formada por 16 IES. Com menos de 10 reuniões, a rede elaborou um projeto, criou um plano e grupos de trabalho e já está em fase de discutir como tirar do papel o plano elaborado. A Rede de “Autoavaliação” foi estruturada com 11 IES, mas, recentemente, tivemos novos ingressantes e, hoje, já são 39 IES. A rede construiu um instrumento de autoavaliação inédito e qualificado, que resgata os princípios do Sinaes. Eu passei por um aprendizado intenso sobre sustentabilidade, ODS, ESG e autoavaliação.

Para os gestores de IES espero dois movimentos simples em 2023:
a) quem ainda não percebeu que redes gera qualidade, impacta positivamente a dinâmica da IES, diminui custos e traz aprendizado institucional, espero que passe a priorizar em sua agenda a participação no projeto;
b) quem já está em alguma rede que “tenha em mente” que compartilhar e trocar informações estratégicas é um processo continuo de aprendizado, que induz a transformação cultural e requer renovação dos compromissos, dedicação e envolvimento das equipes.

Não tenho dúvida que em 2023 haverá mais IES aderindo aos diferentes projetos de Redes de Cooperação. Será cada vez mais difícil uma IES ter soluções, diminuir custos e ser competitiva se manter-se isolada. Manuel Castells, em 1996, no livro “A Sociedade em Rede”, já previa que a sociedade passaria por um processo de crescimento das redes em função das tecnologias.

*Por Fábio Reis, diretor de Inovação e Redes do Semesp