Em 2016, o Semesp criou o projeto de Redes de Cooperação. Hoje, são 11 redes, envolvendo 59 IES participantes. Somente na segunda quinzena do mês de março, desde que a crise da Covid-19 se intensificou no Brasil, foram realizadas 17 reuniões virtuais, em que os participantes relataram as angústias vividas, esclareceram dúvidas e apresentaram soluções aos diversos desafios enfrentados.

Na reunião de uma rede específica, em que há sete IES integrantes, tivemos no total 28 pessoas participando. Por que isso? As instituições entenderam que é preciso trocar informações. Um dirigente sabe que pode telefonar para outro e solicitar informações. As pessoas presentes na reunião compreenderam que colaborar é preciso e que se trata de um momento oportuno para a cooperação.

As reuniões virtuais trazem aprendizados tanto para o Semesp quanto para as IES. É possível a intensificação desse tipo de reunião para evitar custos de deslocamento e economia no tempo de viagem. Do ponto de vista do Semesp, as redes demonstram uma possibilidade de maior integração entre as diversas assessorias já presentes na entidade.

O setor jurídico do Semesp, o mais demandado em função das dúvidas legais e das mudanças de paradigmas nas IES, tem colaborado de forma efetiva, sanando dúvidas, propondo soluções e se colocando à disposição para rever estatutos internos, documentos e ofícios das IES durante as reuniões virtuais. Da mesma forma, o setor de financiamento tem participado dos encontros, fornecendo informações importantes referentes a pagamentos que são de suma importância nesse momento.

A missão do Semesp é atuar para a sustentabilidade e sugerir ações e projetos para melhor os resultados administrativos, legais e acadêmicos de seus associados. Em um momento de crise como a que estamos vivenciando, é imperativo estar próximo dos associados. Foi por meio desse contato constante que surgiu a ideia do lançamento de uma série de ações pela não redução das mensalidades e pela valorização das instituições de ensino superior privado.

A percepção é clara: estamos mais colaborativos internamente, há um diálogo diário entre os diversos setores, com ações mais integradas e sistêmicas.  A crise reforçou nas redes dois princípios que são o alicerce do programa: colaboração e confiança.  As instituições intensificaram a troca de experiências e a busca de soluções conjuntas. Em um ambiente dinâmico e de incertezas, é preciso dialogar com IES que enfrentam os mesmos problemas.

A nova dinâmica e as incertezas não nasceram com a Covid-19, mas esse cenário impõe reflexões sobre novas frentes de atuação e obriga as instituições mais tradicionais a repensarem a tecnologia como aliada. Além disso, deve ocorrer uma mudança de mindset na forma de aprendizado, reforçando a necessidade de atuação em rede. O projeto Redes de Cooperação já possui resultados efetivos de redução de custos e de aprendizado institucional, com melhora nos âmbitos financeiros, administrativos e acadêmicos das IES participantes.

Frente à emergência nacional, o MEC publicou a Portaria nº. 343/20, que dispõe sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais, enquanto perdurar a situação de pandemia do novo coronavírus, que causa a Covid–19, seguida de outras.

Além das portarias do Ministério da Educação, afetaram o setor as Medidas Provisórias n.ºs 927/20 e 928/20, bem como portarias de outros ministérios, tais como do Ministério da Saúde (Portaria nº 492/20) e Economia (Portaria Conjunta nº 555/20), as quais trouxeram necessidade de adequação, possibilidades e novos enfrentamentos  às IES.

Nas reuniões de redes, são abordados temas como aulas remotas/digitais, gestão acadêmica, treinamento docente, relacionamento com os  estudantes, gestão e sustentabilidade financeira, modelos de contrato, dúvidas jurídicas, soluções tecnológicas, modelos de financiamento, relacionamento com o MEC e quaisquer outros assuntos pertinentes às IES nesse momento de crise e oportunidade.

Acredita-se que uma IES não pode resolver todas as suas dúvidas de forma isolada, e é por isso que o Semesp vem reforçando a articulação entre as redes. O programa já era promissor; e agora frente a recessão que está por vir, as redes representam uma solução viável para buscarmos alternativas para a sustentabilidade e sobrevivência de nossas IES.

A perspectiva é de ampliação do programa para que haja um aumento das redes em funcionamento e para que a colaboração entre as mesmas também seja fomentada. A recomendação é de que os gestores e líderes educacionais façam conexões, colaborem, criem vínculos. Não é uma fórmula para a prosperidade, mas certamente são ações que nos levam a um futuro mais promissor.

Cléia Jardim
Fábio Reis
João Baltazar
Raquel Carmona
Roberta Barros
Silmara Leite