Segundo episódio da série de webinares Estratégias para organizar o início do ano letivo

Depois de discutir algumas estratégias para adequar o calendário acadêmico frente ao atraso do Enem, o segundo episódio do webinar Estratégias para organizar o início do ano letivo aconteceu nesta quarta (4) trazendo as experiências de dois profissionais em relação às aulas remotas.  O coordenador da Universidade Corporativa do Semesp, Márcio Sanches, e a professora da Universidade Federal de Itajubá, Lauren Colvara, falaram sobre projetos engajadores para as aulas remotas.

Márcio Sanchez, que já tem 30 anos de atuação como docente, contou um pouco da sua experiência com as aulas remotas a partir das particularidades do universo em que atua, as escolas de negócios. Ele destacou que os alunos têm mudado ao longo dos anos e que, atualmente, uma forma interessante de prender a atenção deles é por meio de cursos orientados por projetos. “Esse modelo desenvolve competências críticas por meio de atividades realizadas dentro dos projetos. O docente precisa então planejar um projeto onde os alunos têm que aplicar os conceitos aprendidos nas aulas”, explicou demonstrando também a importância da IES ter um bom LMS (sistema de gestão de aprendizagem).

Entre os desafios da modalidade remota, Sanches citou que os docentes precisam ter uma boa curadoria de materiais para atividades síncronas e assíncronas e desenvolver uma boa dinâmica de aulas remotas, com aulas expositivas mais curtas e com preparação de leitura, por exemplo. “Um dos desafios das IES é capacitar os professores para serem cada vez mais curadores para aproveitarem os conteúdos públicos já disponíveis”, apontou. “Outro fator importante é dar feedback constante, monitorando os estudantes que têm dificuldade de transformar o conteúdo em conhecimento”.

Webinar discute estratégias para início do ano letivo

Lauren Colvara, professora da Universidade Federal de Itajubá, durante o segundo episódio da série de webinares Estratégias para organizar o início do ano letivo

Motivação

Lauren Colvara destacou a questão da motivação e que os docentes e alunos estão em um momento em que é preciso a troca de experiências. “Estamos no início do ano, abertos a novas possibilidades. Em 2020, não tínhamos nada e precisamos apelar para a inovação. Essa palavra deixou de ter um significado vazio para ter uma aplicação”, defendeu.

Colvara pontou também que os docentes precisam ter em mente que os alunos de hoje não são mais uma geração apegada a livros. “Eles têm as informações disponíveis em vários canais, não mais da forma analógica de se obter informações e adquirir conhecimentos”, lembrou. Segundo ela, os professores precisam ter empatia porque, no mundo atual, as pessoas não têm mais paciência para ficar apenas na frente da tela absorvendo conhecimento. “A vida antes horizontal passou a ser vivenciada em camadas. Não somos mais também regrados pela presença e materialidade, e sim estamos conectados por meio de várias virtualidades, com uma outra capacidade de pensamento”, defendeu.

Nesse novo contexto, de acordo com Colvara, os professores devem entender que existem diferentes formas de apreender uma mensagem e que os alunos, ainda mais em um ambiente online, têm uma atenção flutuante. “Os alunos vão entender o que está dentro da capacidade deles entender. Por isso, o feedback é uma questão importante.”, finalizou.

Nesta quinta (5), a série continua discutindo como ficam as relações trabalhistas frente às aulas começando mais tarde ou sem turmas formadas. As inscrições ainda estão abertas e podem ser feitas aqui.