Primeiro episódio da série de webinares Estratégias para organizar o início do ano letivo

Antes realizado em novembro, o Enem só pode acontecer agora em janeiro, atrasando o calendário acadêmico de várias instituições de ensino superior que usam a nota do exame na captação de ingressantes. Além dessa questão, outro problema que as IES têm enfrentado nesse início de 2021 diz respeito à indecisão sobre a volta ao não das aulas presenciais, o que tem afetado seus planejamentos.

Diante dessas incertezas e dando continuidade ao seu trabalho permanente de dar apoio às IES brasileiras nesse momento de dificuldade, o Semesp deu início nesta terça (2) à série de webinares Estratégias para organizar o início do ano letivo. No primeiro episódio, duas IES apresentaram suas estratégias sobre a questão das aulas práticas e currículos acadêmicos.

Bruno de Andrade Moraes Teixeira, vice-reitor de Ensino da Unisuam, durante o primeiro episódio da série de webinares Estratégias para organizar o início do ano letivo

O modelo único de ensino da Unisuam

O vice-reitor de Ensino da Unisuam, localizada em São Paulo, Bruno de Andrade Moraes Texeira, apresentou o modelo único de ensino da IES, que, segundo ele, tem possibilitado a execução das adaptações e mudanças necessárias para o início do ano letivo em  meio ao aumento de casos da Covid-19. “Nosso modelo traz olhares diferentes que nos dão a oportunidade de oferecer um ensino mais próximo dos alunos”, explicou ele no início do webinar.

De acordo com Bruno, o DNA do modelo único de ensino, chamado de Múde, traz em seu DNA conhecimento, competências e habilidades. “Ele é um modelo de ensino por competências, baseado no desenvolvimento de atitudes e habilidades para que os alunos exerçam as atividades necessários que um profissional de sua área necessita”, afirmou.

Entre os principais objetivos do modelo de ensino estão dar significado aos conteúdos aprendidos pelos alunos, desenvolver neles atitudes e habilidades, apresentar uma nova forma de trabalhar com conteúdo EaD, aumentando a trabalhabilidade (a inserção mais rápida do aluno no mercado de trabalho) e permitindo mais flexibilidade para as ofertas e a formação de novas turmas.

Esse sistema modular que deixa de lado as disciplinas compartimentadas e com uma nova forma de avaliação continuada proporcionou a Unisuam um maior engajamento entre os estudantes e redução tanto nas faltas como na evasão dos alunos. “É graças a esse modelo único de ensino que pudemos também criar novas datas de entrada de alunos e planos de ensino, aumentando nosso período de captação com matrículas em períodos diferentes com planos de trabalho específicos para cada aluno”, avaliou Bruno em relação ao atraso do calendário causado pelo adiamento do Enem de novembro de 2020 para janeiro de 2021.

Graciana Cordeiro, diretora acadêmica da UNDB, durante o primeiro episódio da série de webinares Estratégias para organizar o início do ano letivo

A diretora acadêmica da UNDB, Graciana Cordeiro, contou um pouco no webinar sobre o processo de transição das aulas presenciais para o sistema remoto na IES localizada em São Luís, no Maranhão. Para o segundo semestre de 2020, a IES optou pelo modelo hyflex com retomada das aulas presenciais com transmissão simultânea das aulas para os alunos que optaram por permanecer com o ensino remoto.

“Como já tínhamos uma modelagem híbrida para alguns cursos, com prática colaborativa presencial e momentos online, e com a adoção de metodologias ativas, isso nos permitiu nesse primeiro momento ter resultados satisfatórios”, defendeu ela.

Graciana Cordeiro pontuou que, diante dos desafios impostos no início de 2021, a UNDB optou por manter o modelo hyflex como metodologia do primeiro semestre de 2021. “Fizemos, no entanto, uma série de adaptações como uma nova central de atendimento e novas estruturas de salas e laboratórios com o intuito de convidar os estudantes a estarem presentes na IES, mantendo também a opção online de aulas simultâneas”, detalhou.

Graciana explicou ainda que a IES adaptou a estrutura curricular de módulos com uma disciplina a cada mês pensando em uma proposta de entrada mensal de novos alunos. “Em fevereiro e março, por conta do atraso nos resultados do Enem, vamos oferecer componentes comuns a todos os estudantes, como metodologia da pesquisa e comunicação e expressão. A partir de abril e maio, vamos oferecer os componentes específicos, com os alunos que perderam os módulos iniciais podendo cursá-los no final do semestre”.

Nesta quarta e quinta (4 e 5), a série continua discutindo como fica o currículo acadêmico com o atraso do início do ano letivo; e as relações trabalhistas frente às aulas começando mais tarde ou sem turmas formadas. As inscrições ainda estão abertas e podem ser feitas aqui.