Nesta segunda-feira, 10 de agosto, o Semesp realizou o webinar Linhas de Crédito de Capital de Giro: Crédito Pequenas Empresas e PEAC, com o objetivo de apresentar a IES privadas algumas alternativas para uma das principais preocupações do setor nesse momento de crise: manter a sustentabilidade financeira diante da instabilidade econômica causada pela pandemia da Covid-19.

“A pandemia tem levado o setor do ensino superior privado a enfrentar uma situação delicada, com o crescimento da evasão e da inadimplência e a baixa procura de novos ingressantes para o segundo semestre”, lamentou o diretor-executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, no início do webinar. “Com isso, as IES estão sofrendo com perda de renda e falta de linhas de financiamento, uma combinação complicada quando as estimativas mostram que o setor pode perder 10% da sua base de alunos em 2020, cerca de 800 mil estudantes”, previu.

Diante desse cenário, quais as possibilidades que as IES têm disponíveis no mercado? Como esses instrumentos financeiros podem ser acessados e com que agilidade? Para Capelato, linhas de créditos são uma das saídas para que as IES possam, por exemplo, ter capital de giro para financiar os estudantes, diminuindo assim as perdas com a crise.

Linhas de crédito do BNDES

O webinar apresentou alternativas para as IES oferecidas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com foco em duas linhas disponíveis: o BNDES Crédito Pequenas Empresas e o Programa Emergencial de Acesso a Crédito (PEAC), este último aguardando sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Confira webinar sobre linhas de crédito na íntegra

“O BNDES tem se esforçado para disponibilizar instrumentos financeiros que possam contribuir com empresas dos diferentes setores, inclusive do ensino superior”, destacou o chefe do Departamento de Educação e Investimentos Sociais, Conrado Leiras. “Dessa forma, temos oferecido alternativas para as empresas enfrentarem a crise causada pela Covid-19, ampliando, por exemplo, a oferta de linhas de capital de giro, que é o principal tipo de crédito necessário nesse momento”, explicou.

Para Leiras, um dos problemas da crise é o aumento dos riscos e do cenário econômico cheio de incertezas, o que tem como consequência uma maior dificuldade para as empresas terem acesso ao crédito, principalmente no que diz respeito às garantias. “Algumas de nossos instrumentos podem ser acessados pelas IES porque são voltados para empresas com faturamento bruto de até R$ 300 milhões por ano, o que abarca mais de 95% das instituições de ensino superior”, afirmou ele durante o webinar.

A linha BNDES Crédito Pequenas Empresas, por exemplo, é voltada para micro, pequenas e médias empresas e para empresários individuais. “Esse é nossa principal medida emergencial e tem como objetivo mitigar a pressão pelo fluxo de capital de giro”, avaliou a economista do Departamento de Clientes e Relacionamento Institucional, Fernanda Garavini. De acordo com a economista, a linha de crédito pode ser acessada por negócios com faturamento anual de até R$ 300 milhões, e o financiamento pode ser utilizado para pagamento de funcionários, aluguel, duplicatas a pagar, impostos, dívidas a pagar e outros gastos de capital de giro. O prazo de financiamento é de até cinco anos. Saiba mais sobre a linha de crédito.

Já o Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (PEAC) tem a finalidade de conceder garantias para micro pequenas e médias empresas, com faturamento anual entre R$ 360 mil e R$ 300 milhões, por meio do Fundo Garantidor para Investimentos (FGI). “Nesse momento de crise, vários programas de crédito não conseguem chegar na ponta porque os bancos fogem de riscos e pedem garantias impossíveis de serem cumpridas”, explicou Fernanda Garavini. “Às vezes, ter uma garantia é o que faz a diferença para a empresa ter acesso ao crédito. É aqui que entra o PEAC, que reduz os riscos assumidos pelas instituições financeiras por meio da concessão de garantias que permitirão que o crédito chegue à ponta”. No momento, o PEAC está aguardando sanção do presidente Jair Bolsonaro. Saiba mais sobre o PEAC.