No segundo e último dia do 14º Fnesp foram apresentadas as melhores práticas para ampliar as fontes de financiamento, expandir e diversificar as receitas das IES. Andrew Watt, CEO da Association of Fundraising Profissionals (APF), de Washington (EUA), apresentou os projetos das universidades de Oxford e Cambridge, enquanto Kevin J. Foyle, vice-presidente associado de desenvolvimento da Rice University, de Houston (EUA), falou das parcerias da universidade. Já Custódio Pereira, diretor geral da Associação Santa Marcelina, lembrou práticas brasileiras e da Universidade de Monterrey, no México.

Com a recessão que atingiu a Europa, o apoio governamental diminuiu e as políticas públicas têm reduzido cada vez mais a ajuda às instituições de ensino superior no mundo. “Só que isso fomentou a criação de um espírito empreendedor de muitas instituições, que passaram a promover soluções que não seguem modelos tradicionais”, lembrou Andrew Watt. Ele citou a Universidade de Oxford, que buscou parceiras com ex-alunos e a comunidade do entorno. Em oito anos ela conseguiu captar 1,3 bilhão de libras em recursos. Outro exemplo dado foi o da Universidade de Cambridge, que seguiu o mesmo caminho e arrecadou 1,9 bilhão de libras durante o mesmo intervalo de tempo.

Por outro lado, com mais de sete mil alunos, a Rice University montou um departamento de Relações Corporativas, com cerca de 100 pessoas, que tem como missão buscar doações de ex-alunos, amigos e simpatizantes da universidade, além de firmar parceiras com outras instituições de ensino. “Cerca de 50% de nossas doações são de ex-alunos, 40% de amigos e simpatizantes e 10% de outros stakeholders ”, enumerou Kevin J. Foyle.

O engajamento de todos na universidade foi baseado em três ideias: transformar estudantes extraordinários em lideres extraordinários; enfrentar desafios e gerar soluções; e aprender a liderar localmente e globalmente.

Custódio Pereira salientou que a dificuldade no Brasil é a forma como as instituições lidam com os recursos intangíveis, ou seja, o capital humano. Segundo o diretor, a Inglaterra e os EUA já captam recursos com ex-alunos e a comunidade há mais de 600 anos, enquanto no Brasil as instituições sabem o número de matrículas mas não conseguem montar um banco de dados e saber quanto ex-alunos passaram por suas instituições, nem quantos bolsistas atenderam. “Não temos ainda em nossa cultura esse acompanhamento”, completou