O Semesp realizou nessa terça-feira (dia 8) sua 8ª edição do Seminário de Tecnologia da Informação com a apresentação de pesquisa inédita sobre os principais gaps que as instituições de ensino superior enfrentam no uso de Tecnologia da Informação. O coordenador do Grupo de TI do Semesp, professor César Fava, revelou que o objetivo do estudo, que teve 87 respondentes de IES de todos os portes no Brasil, foi fazer um diagnóstico sobre o uso desses recursos e como eles influenciam positivamente a gestão estratégica das empresas do setor de ensino superior.

“Dos 87 respondentes, que é um universo bem significativo para uma área estratégica como a TI, cerca de 41% dos respondentes são de IES com até 2 mil alunos e 36,8% de até 7 mil alunos, ou seja, de pequeno e médio portes e somente 21,8% de IES com mais de 7 mil e até 20 mil alunos ou mais (grande porte). O curioso é que os respondentes ocupam, em sua maioria, cargos de gerência (33,3%), coordenação e supervisão (28,7%), seguidos por direção e analista técnico (ambos com 10,3%)”, revelou Fava.  Segundo ele, isso mostra que os profissionais das áreas de TI, principalmente das IES de pequeno é médio portes, ainda dão apenas suporte as IES e o setor não é visto como área estratégica na administração do ensino e captação de alunos.

Já no uso da rede Wi-Fi, 100% dos respondentes disseram que as IES possuem acesso, mas o professor Fava mostrou uma certa inquietação. “Se o Wi-Fi está em todos os lugares da IES, inclusive na sala de aula, e se ele realmente é compartilhado com os alunos que podem acessar a rede por meio de seus próprios dispositivos como fica esse acesso, é por meio de login?”. O estudo revela que o número médio de dispositivos móveis que acessam a rede Wi-Fi nas IES de até 2 mil alunos é de apenas 532 enquanto que em uma IES com mais de 20 mil alunos chega a 15.037. Os números revelam que nem sempre ter Wi-Fi e acesso pode ser estratégico para uma IES. Para Fava, a informação captada por meio da rede Wi-Fi deve ser usada para o bem de todos e estrategicamente no apoio das IES na captação de alunos e para ajudar os alunos em todos os processos de aprendizagem.

A frente da segunda sessão, o Prof. Dr. Davi Nelson Betts, consultor de TI Educacional, falou sobre a adoção de novas tecnologias e o quanto é importante compreender a probabilidade de sucesso dessa ação antes de embarcar em uma mudança. “O aluno hoje aprende onde, quando e como quiser. A tecnologia está personalizando a educação, o desafio é a nova escola com aprendizagem flexível e personalizada”, disse.

Adoção é o processo pelo qual os usuários finais incorporam uma nova tecnologia em seus processos de trabalho diários, mas é preciso avaliar se há aptidão tecnológica e se há uma equipe de TI robusta para lidar com o aumento da demanda que resultará uma mudança.

“É preciso deixar de sermos meros fornecedores de tecnologia, para agentes estratégicos de inovação e transformação”. O consultor destacou também a importância de conhecer bem a instituição e a linha pedagógica que ela segue. Ele citou os principais desafios encontrados, entre eles, como lidar com a geração milênio, o aumento da gamificação, bullying digital, resistência ao novo, volume de informações, dados para uso nos analíticos e engajamento do docente.

Na terceira sessão, Marcos Sanchez, Gerente de TI da CETEC Educacional, mostrou como a inteligência analítica pode orientar em decisões e ações através de dados, análises qualitativas e estatísticas, modelos explicativos e gestão baseada em fatos retirados da rede.

O objetivo dos analíticos é entender a importância de transformar a massa de dados existente nas IES em informações relevantes para tomada de decisão, estabelecendo parâmetros contextualizados a necessidade estratégica.

Divididos em Persona, Captação, Retenção/Manutenção e Egresso, “os analíticos determinam quais fatores podem impulsionar não só o desempenho para a tomada de decisões como para o próprio desempenho financeiro da IES”, disse Marcos Sanchez.

Para avaliar os resultados, o grupo de trabalho que se encontrou ao longo do ano para definir os temas abordados no seminário já tem a próxima reunião marcada para o dia 29/11, às 15 horas, na sede do Semesp, todos que estiveram no seminário estão convidados a participar.