Solicitação foi feita na segunda-feira (11) aos secretários estaduais da Educação e da Saúde de São Paulo

O Semesp (entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil) solicitou às Secretarias Estaduais da Educação e da Saúde de São Paulo, por meio de ofícios encaminhados aos secretários Rossieli Soares e Jean Gorinchteyn, que o Plano Estadual de Imunização contra a Covid-19 (Plano São Paulo) dê prioridade à imunização de professores e demais profissionais da Educação, “para que o setor de ensino superior possa retomar suas atividades e cumprir sua missão como força motriz da recuperação econômica, dando continuidade à formação e à capacitação necessárias para ampliar o potencial produtivo da população do estado, a exemplo do que vem ocorrendo nos países que consideram a Educação como atividade essencial”.

Para o presidente do Semesp, Hermes Ferreira Figueiredo, que assina os ofícios enviados na segunda-feira (11), “a solicitação de prioridade aos profissionais da educação se insere na lógica de enfrentamento de um fenômeno cujas consequências não são apenas de ordem biomédica e epidemiológica, mas também abrangem impactos sociais, econômicos, e também políticos e culturais, que precisam ser considerados”.

No ofício, o Semesp reforça que esta é a oportunidade para que o governador João Dória faça uma sinalização positiva para a população do estado, tratando a Educação como prioridade no anúncio do programa de imunização do Plano São Paulo. “A vacinação de professores e demais profissionais da educação é premente para que a prestação dos serviços educacionais possa ser retomada, preservando a saúde dos colaboradores de escolas, faculdades, centros universitários e universidades. E vale ressaltar que não basta vacinar os professores, sem que todo pessoal técnico-administrativo, responsável pelo apoio à prestação dos serviços nas instituições de ensino, também seja atendido”, afirma a mensagem enviada aos secretários.

A mensagem cita as diretrizes de ações e recomendações para a reabertura global de instituições de ensino lançadas pela Unesco e pela Unicef, com apoio do Banco Mundial[1], que afirmam que o fechamento de instituições de ensino em todo o mundo em resposta à pandemia da Covid-19 representa um “risco sem precedentes” para a educação, para a proteção e para o bem-estar da população estudantil.

O estudo elaborado pelos organismos das Nações Unidas documenta os efeitos adversos desse fechamento sobre a segurança, o bem-estar e a aprendizagem, e demonstra que “a interrupção dos serviços educacionais também acarreta graves consequências de longo prazo para as economias e sociedades, como o aumento das desigualdades, impactos negativos nos avanços nas áreas de saúde e redução da coesão social”. Segundo o estudo, interrupções no período de ensino presencial em sala de aula podem ter um impacto grave sobre a capacidade de aprendizagem do estudante, considerando que quanto mais tempo os alunos permanecerem fora das instituições de ensino, principalmente os que se encontram em situação de maior vulnerabilidade, menor será a probabilidade de eles retornarem.

Para o Semesp, “a educação deve ser considerada atividade essencial para todos os fins e não pode ser preterida na retomada dos diversos setores”.

[1] Marco de ação e recomendações para reabertura de escolas, abril 2020, Unesco/Unicef/Banco Mundial/WFP; https://www.unicef.org/brazil/sites/unicef.org.brazil/files/2020-06/UNESCO_COVID19_framework_por_2020_0.pdf