O Semesp enviou três ofícios na última segunda-feira (17), aos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Educação, Milton Ribeiro, e ao presidente do INEP, Danilo Dupas, manifestando preocupação com as notícias desconexas publicadas na imprensa sobre o adiamento para janeiro de 2022 da aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e solicitou que a prova seja realizada ainda em 2021.

Nas mensagens encaminhadas, a presidente do Semesp, Profª. Lúcia Teixeira, afirmou que o adiamento do Enem “afetará a vida e o futuro de milhares de estudantes que vivem em condições mais vulneráveis, e que contam com a graduação como forma de melhoria na qualidade de vida, levando muitos deles até mesmo a desistir completamente do cursar o ensino superior, impactando na já baixa taxa de escolarização líquida do país”.

Os ofícios destacaram que anualmente o Enem é responsável pelo ingresso de cerca de 1,8 milhão de novos estudantes no ensino superior, sendo a principal porta de entrada para universidades privadas e públicas. A nota do exame é utilizada como base de importantes programas educacionais do país, como o Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que em 2020 teve 237 mil matriculados nas instituições de ensino superior federais; o Prouni (Programa Universidade para Todos), com 252 mil bolsas ofertadas; e o Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), que teve 340 mil inscritos e 54 mil vagas preenchidas.

“O Enem realizado em 2021 registrou 5,8 milhões de inscrições, sendo que 83% dos estudantes inscritos foram dispensados do pagamento da taxa, em função de terem uma renda de até 1,5 salário mínimo per capita, o que mostra a importância da realização desse exame para permitir que uma parcela da população menos favorecida possa ter acesso à educação superior”, disse a presidente, destacando que, “além do Sisu, do Prouni e do Fies, a nota do exame é utilizada como critério de avaliação inclusive dos alunos do ensino médio”.

A Profª. Lucia Teixeira ressaltou que a indefinição de datas postergando a realização do Enem compromete o calendário letivo das instituições públicas e privadas, gerando um prejuízo imenso pelas estruturas paradas em virtude do não ingresso dos alunos. “Considerando todos os ingressos em IES públicas federais, estaduais e municipais, e também em IES privadas, incluindo Prouni e Fies, são mais de 1,1 milhão de alunos que ficarão sem aulas, aguardando a definição do Enem, e todo um conjunto de estruturas físicas e corpo docente ficarão ociosos sem esses alunos”, concluiu.