Lúcia Teixeira e António Almeida-Dias assinam acordo de cooperação entre Semesp e APESP

A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, e o presidente da Associação Portuguesa do Ensino Superior Privado (APESP), António Almeida-Dias, assinaram oficialmente nesta segunda, 13, um acordo de cooperação entre as duas entidades. O acordo foi firmado em dezembro de 2022 com o objetivo de estreitar os laços entre o Semesp e a APESP, com as duas entidades construindo um plano de atividades em conjunto para beneficiar as instituições de ensino superior privado dos dois países.

“Esse acordo tem como objetivo instigar as redes de cooperação e estimular o diálogo de inovação entre Brasil e Portugal”, disse Lúcia Teixeira na assinatura do acordo. “Somos duas entidades muito atuantes que dialogam com os governos, então esperamos que o acordo gere bons frutos em relação às políticas públicas e ajude as instituições de ensino superior a repensar práticas e se tornarem mais flexíveis”, complementou.

O presidente do APESP, António Almeida-Dias, disse que, apesar das diferenças de dimensões entre os dois países, há algo que aproxima o Brasil e de Portugal. “Esperamos que esse acordo aproxime ainda mais os dois países, promovendo a mobilidade entre alunos e professores. Temos uma grande responsabilidade para com as IES e acredito que esse é um passo importante e ambicioso para aproximar o Brasil inclusive da União Europeia”, destacou António.

A assinatura oficial fez parte do seminário Diálogos sobre Cooperação Internacional entre Brasil e Portugal, evento que aconteceu presencialmente na sede do Semesp, em São Paulo, e apresentou oportunidades reais para que IES dos dois países recebam estudantes e professores para compartilhar experiências e trocar conhecimentos.

Bate-papo sobre Cooperação acadêmica: inovação pedagógica e mobilidade de professores e estudantes

Cooperação acadêmica

Após a assinatura do acordo, o seminário apresentou um bate-papo sobre Cooperação acadêmica: inovação pedagógica e mobilidade de professores e estudantes, que contou com a participação de Fábio Reis, diretor de Inovação e Redes de Cooperação do Semesp; de José João, presidente da Egas Moniz;
e de Miguel Copeto, secretário Executivo da Apesp.

Miguel Copeto destacou que a cooperação é fundamental para a evolução das IES em um mundo que vive atualmente a era da digitalização da economia e do conhecimento. “As IES precisam estar juntas nesse momento para que elas tenham um espaço no futuro”, decretou ele apontando três efeitos desse processo de digitalização. “Existe a questão da transformação, da multiplicação do conhecimento e da agilidade que as IES privadas têm para potencializar a cooperação internacional”, complementou.

José João citou uma série de desafios que o ensino superior está enfrentando, como o envelhecimento da população em Portugal, por exemplo, o que tem afetado as IES com a possibilidade da falta de estudantes. “Precisamos de jovens com formação eficaz para que a inovação aconteça e a falta de jovens é um desafio”, explicou. “As IES precisam estar juntas trocando experiências para superar esse desafio, e a mobilidade estudantil pode ser uma solução para essa questão”.

Fábio Reis finalizou o bate-papo apontando que o acordo entre o Semesp e a APESP possui uma perspectiva institucional importante ao facilitar a discussão de políticas públicas entre o Brasil e Portugal para uma maior valorização do ensino superior privado. “O acordo de cooperação vai nos ajudar a trabalhar de forma conjunta dialogando com as grandes instituições para fortalecer nosso setor aos construirmos projetos que beneficiem nossos associados”, apontou. Segundo Reis, uma primeira iniciativa concreta de cooperação entre as entidades é a criação de uma plataforma de apresentação e encontro que facilite o acesso e o estabelecimento de conexões entre as IES dos dois países.

Bate-papo sobre Caminhos para a internacionalização: oportunidades e desafios para realizar a mobilidade

Caminhos para a internacionalização

O segundo bate-papo da manhã foi sobre Caminhos para a internacionalização: oportunidades e desafios para realizar a mobilidade, que teve a participação do presidente da APESP, António Manuel de Almeida-Dias; do presidente da European Union Private Higher Education, João Redondo; e da diretora da FAUBAI, Renne Zicman.

António Manuel de Almeida-Dias começou falando que Portugal elegeu a internacionalização como prioridade em virtude do problema demográfico enfrentado pelo país. “Não podemos ignorar a necessidade da questão da internacionalização, especialmente o setor privado, mesmo este sendo focado na economia e no mercado de trabalho”, disse. “Precisamos então superar desafios como a barreira da língua e tratar da questão juntamente com os governos para criar canais de mobilidade”, acrescentou.

João Redondo lembrou que a internacionalização não se restringe apenas à mobilidade de estudantes. “A mobilidade estudantil é apenas o nível inicial da internacionalização, que passa ainda pela mobilidade do docentes e dirigentes, implicando em mudanças de currículo, criação de projetos acadêmicos em conjunto entre IES, por exemplo”, explicou. “Um terceiro nível da internacionalização são os programas gêmeos de uma IES em diferentes países, com parcerias com importação e exportação de programas educativos. As IES precisam entender também o que elas pretendem com a internacionalização. Elas querem apenas atrair estudantes estrangeiros, não seria mais do que isso?”, perguntou.

A diretora da FAUBAI (Associação Brasileira de Educação Internacional), Renne Zicman, reforçou a fala de Redondo afirmando que a internacionalização não precisa se restringir à questão da mobilidade estudantil. “As IES precisam entender que a internacionalização é uma dimensão transversal que impacto ensino, pesquisa e extensão”, avaliou. “É um tema complexo que precisa superar, inicialmente, a lógica da competição entre as IES, que devem adotar uma lógica de cooperação. Falta no Brasil, por exemplo, uma estratégica cara do ponto de vista nacional no Brasil”, concluiu.