Representantes dos presidenciáveis em debate realizado no Semesp

Dentro da programação do Seminário Políticas Públicas, Ensino Vocacional e Financiamento, realizado pelo Semesp em sua sede, nesta segunda (10), foi apresentado um debate com representantes da área de Educação dos candidatos presidenciáveis.

Confira a transmissão do evento na íntegra

O objetivo foi discutir ações consistentes e de longo prazo para o ensino superior do país, em que a Educação seja considerada uma política de Estado, não de governo. A entidade também apresentou aos representantes dos partidos NOVO, PSDB, PSL e REDE a edição ampliada do documento “Diretrizes de Política Pública para o Ensino Superior Brasileiro”.

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Temas como financiamento estudantil, reforma do ensino médio, aumento da qualidade da educação e diminuição da evasão de alunos estiveram no centro das discussões. Confira a seguir um breve resumo das falas dos representantes.

Diogo Costa, representante do NOVO

Partido NOVO

Diogo Costa, Mestre em Ciência Política pela Universidade de Columbia (EUA), apresentou alguns dos pontos do plano de Educação do partido, que tem como candidato à Presidência da República o empresário João Amoêdo. Entre os principais pontos para uma reforma do ensino superior, Costa defendeu a adoção de modelos de financiamento sustentáveis, a desburocratização das IES e a diferenciação entre instituições de ensino e de pesquisa.

Em relação ao financiamento estudantil, Costa reforçou a necessidade de uma série de ajustes, como reforma da Previdência, por exemplo, para que programas sociais e de financiamento não sofram com a falta de sustentabilidade da capacidade financeira do governo. Ele sugeriu ainda um sistema de financiamento descentralizado e que vise a autonomia financeira das IES em longo prazo por meio de parcerias com o Terceiro Setor e da adoção de novos modelos de gestão.

Washington Bonfim, representante do PSDB

PSDB

O representante do candidato Geraldo Alckim, o doutor em Ciência Política e ex-secretário de Educação de Teresina (PI), Washington Bonfim (PSDB), destacou que ainda existe um longo caminho em relação à reestruturação do ensino médio para que este entregue ao ensino superior alunos bem preparados. “A ampliação do ensino superior passa antes pela reestruturação do ensino médio e diminuição da evasão dos alunos”, afirmou Bonfim.

Bonfim apontou a exaustão de modelos de financiamento estudantil como o Fies e disse ser um compromisso do governo de Alckmin a reavaliação de todo o sistema educacional, buscando soluções como a diversificação da entrada no ensino superior por meio de vias como cursos técnicos e profissionalizantes. “É preciso repensar o formato do estado brasileiro e modificar a compreensão do governo em relação à Educação de modo geral, como redimensionar o papel institucional do Ministério da Educação, transformando-o em um órgão menos interventor e mais articulador e que preze pela diversidade dos modelos de ensino superior e avaliação de seus padrões de qualidade”, defendeu.

Stavros Xanthopoylos, representante do PSL

PSL

O doutor em Administração pela FGV e especialista em Educação, Stavros Xanthopoylos, representou o presidenciável Jair Messias Bolsonaro e defendeu que antes de pensar em crescimento do ensino superior é preciso se preocupar com a qualidade do ensino infantil e do ensino médio. “Todo programa educacional deve ser pensado em longo prazo, com foco em gestão, competência e técnica”, afirmou.  Stravos destacou a necessidade de se desenvolver a carreira de professores pensando na atração de talentos para área da Educação.

Em relação aos financiamentos estudantis, Stravos criticou a má gestão do Fies, que, segundo ele, precisa ser reformulado para que não entrar em colapso. Ele se mostrou a favor da separação da pesquisa do ensino superior, da valorização do ensino vocacional e de projetos que avancem em relação aos modelos pedagógicos vigentes. “Atualmente, não existem planos ou metas para a Educação, e ela é o principal meio para o crescimento do país”.

André Stabile, representante da REDE

REDE

O partido da candidata Marina Silva trouxe como representante André Stabile, membro do Movimento pela Base Nacional Comum Curricular e ex-secretário de Educação de São Caetano do Sul (SP). Stabile apontou a fragmentação como principal problema das políticas públicas voltadas à área de Educação e também destacou o investimento na primeira infância como determinante para o futuro do país.

Ele ainda lamentou a falta de transparência em relação aos investimentos e alocação de recursos da área de Educação. “Temos que enfrentar a questão do financiamento da Educação de maneira mais séria e parar de pensar que esses gastos são custos. Eles são investimentos. A Educação é o nosso centro de projeto de nação”, decretou. Stabile esclareceu que a REDE acredita na integração das políticas e não na fragmentação delas, principalmente no âmbito da Educação. “Vamos lutar para criar um pacto nacional que envolva uma articulação intersetorial e que abranja todos os atores da sociedade ao estabelecer alianças firmes e permanentes que contribuam para um projeto de reestruturação eficaz da Educação”.