Durante o painel Redes de Cooperação – Alternativa para as IES do século 21, realizado hoje (28), no segundo dia de debates do 22º FNESP, os palestrantes destacaram os benefícios de compartilhar experiências e dificuldades e ressaltaram que trabalhar em conjunto é imprescindível para a sustentabilidade das instituições de ensino superior.

Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do CNE, defendeu a implantação de redes de cooperação em todas as etapas da educação. Foto: Guilherme Veloso/Semesp

Maria Helena Guimarães de Castro, presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), defendeu a criação de redes de cooperação e reforçou o empenho do CNE na articulação e protagonismo para a implantação de redes em todas as etapas da educação. “A sociedade precisa estar cada vez mais conectada”, argumentou a presidente do CNE.

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“O conceito de redes favorece o processo de internacionalização, a cultura digital, projetos de responsabilidade social, a pesquisa e a extensão, a renovação curricular. O CNE tem trabalhado nesse sentido, para transformar a educação”.

Luiz Roberto Liza Curi, conselheiro e ex-presidente do CNE, disse que as redes de cooperação têm um papel decisivo no debate para transformar a educação. Foto: Guilherme Veloso/Semesp

Para Luiz Roberto Liza Curi, conselheiro e ex-presidente do CNE, o esforço conjunto e a experiência das IES, por meio das redes de cooperação, têm um papel decisivo no debate para transformar os ambientes de aprendizado e ensino da educação brasileira.

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Curi também defendeu que o atual modelo conservador de ensino deve ser superado e destacou a importância dos professores durante a pandemia de Covid-19 e no processo de mudança da educação.

O conselheiro do CNE também apresentou alguns dados do Censo Nacional da Educação 2019, divulgado recentemente pelo Inep, para contextualizar o sistema de ensino superior e mostrar que os números corroboram para a necessidade de mudanças. Em realção às taxas de evasão, Curi ponderou que é preciso averiguar as reais razões para a desistência dos alunos. “A evasão não acontece somente por motivos financeiros. AS IES devem convocar seus estudantes e identificar as causas. Todos esses pontos podem ser amplificados com as redes de cooperação”, afirmou Curi.

As redes de cooperação foram importantes para ajudar a enfrentar os reflexos da pandemia de Covid-19, afirmou Ruy Guérios, da Eniac. Foto: Guilherme Veloso/Semesp

Ruy Guérios, da Eniac, instituição que integra uma das mais de dez Redes de Cooperação do Semesp, apresentou os resultados dos três anos de atuação no projeto. “Desenvolvemos uma plataforma que permite o processo de internacionalização das IES, compartilhamos novas tecnologias e atuamos junto aos fornecedores, implantamos laboratórios virtuais de medicina e engenharia”.

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“As redes são imprescindíveis para todas as instituições, mas sobretudo para as IES de pequeno e médio portes. Com a força das redes, podemos multiplicar as melhorias e cumprir nossa missão de melhorar a comunidade, o meio ambiente, e garantir a sustentabilidade do setor”, afirmou.

Segundo Guérios, as redes de cooperação foram importantes para ajudar a enfrentar os reflexos da pandemia de Covid-19.

Redes de Cooperação do Semesp

Em 2016, o Semesp criou o projeto de Redes de Cooperação. Hoje, são 12 redes, envolvendo 59 IES participantes. Desde que a crise da Covid-19 se intensificou no Brasil, a entidade tem realizado inúmeras reuniões virtuais, em que os participantes relatam as angústias vividas, esclarecerem dúvidas e apresentam soluções aos diversos desafios enfrentados pelas IES.