Debate sobre A responsabilidade das IES na saúde mental dos estudantes durante o último Esquenta FNESP

Saúde mental dos estudantes, dados como aliados das IES na busca da permanência e engajamento dos alunos e o perfil da geração Z foram os temas abordados  nesta quinta, 22, no quarto e último encontro do Esquenta FNESP, que nas últimas semanas adiantou temas que serão debatidos presencialmente nos dias 29 e 30 de setembro no 24º FNESP, no WTC São Paulo.

“A saúde mental dos estudantes deve ser uma preocupação das IES”, declarou Lisnéia Fabiani Bock, da Factum. Formada em Enfermagem e Psicologia, Fabiani explicou que as instituições de ensino já se preocupavam antes com a saúde mental dos estudantes, mas isso ficou mais evidente graças à pandemia e ao retorno às aulas presenciais. Segundo ela, a entrada na faculdade representa um momento de ruptura para os estudantes, marcando o início da vida adulta e o aumento de uma série de pressões, da entrega de trabalhos à conquista de boas notas, passando pela competição para entrar no mercado de trabalho e seguir uma carreira de sucesso.

“Existe ainda uma ideia de que os alunos devem se dedicar integralmente ao curso, sem levar em conta que esse estudante trabalha e possui problemas financeiros, pessoais e familiares”, disse Fabiani. “É por isso que as IES precisam desenvolver um olhar mais humano, atento e acolhedor em relação aos seus alunos, além de pensar em estratégias para envolver os estudantes proporcionando mais trocas afetivas nas IES”, defendeu.

Segundo dados de uma pesquisa da FONAPRACE (Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Esudantis) apresentados por Lisnéia Fabiani Bock, a média de estudantes universitários que sofre de ansiedade e depressão é super ao esperado pela população. “Quase 60% dos estudantes pesquisados indicaram sofrer de ansiedade, mais de 30% sofrem de insônia e mais de 20% relataram desamparo e solidão”, listou. De acordo com ela, para combater esses dados alarmantes, as IES podem criar programas de apoio psicológico aos estudantes, organizar grupos de trabalho sobre saúde mental, reuniões com alunos e professores, etc., ações que devem ser contínuas”.

Após sua fala, Lisnéia Fabiani Bock participou de um debate com Maurício Della Gatta, da QH Consult; e Sarai Elizabeth Vega Molina, da Ágora Investimentos.

Debate sobre A ciência de dados como aliada para um bom relacionamento com o estudante

Análise de dados

Luiz Argenta, da Unilavras, apresentou uma palestra sobre “A ciência de dados como aliada para um bom relacionamento com o estudante”, em que destacou que o relacionamento com os estudantes são a prioridade e demanda a necessidade do uso de dados para que a IES tome uma ação. “Para isso, unimos a tecnologia com as pessoas para desenvolver o relacionamento no momento certo e fugir da ideia equivocada de que uma boa relação é ficar o tempo todo em cima do estudante”, pontuou.

Segundo Argenta, os alunos dão sinais quando estão insatisfeitos. “As IES, no entanto, não percebem essas evidências. É aqui que entram os dados e plataformas assertivas que avaliam o comportamento de seus estudantes. O desafio é unir esses dados de forma que eles conversem entre si para que a IES tome a ação adequada para impedir que o aluno evada”, afirmou. “Além do uso das tecnologias, outro feedback sobre o comportamento dos alunos é dos próprios professores, eles são nossos grandes aliados”, concluiu.

Luiz Argenta participou de debate sobre o tema com Alvaro Venegas, da ENG DTP & Multimídia; Helen Cristina Toyama, da Persone; Gabriel Bella Martini, da AWS Brasil; e Glauson Mendes, fundador do SADEBR.

Palestra Vamos conhecer o perfil da Geração Z – Hábitos, Ambições e Sonhos

Perfil da Geração Z

Para finalizar as discussões do Esquenta FNESP, a professora e pesquisadora da PUC-RS, Cláudia Trindade, conversou com os participantes do encontro sobre o perfil da Geração Z. Segundo ela, as IES precisam ter uma tradição mais forte de fazerem pesquisas sobre o perfil de seus alunos, de dados demográficos a questões comportamentais. “Essa cultura de pesquisa é importante para que as instituições entendam o processo de crescimento de seus estudantes, qual a percepção deles como adultos e de suas responsabilidades”.

Em seguida, Cláudia Trindade apresentou alguns dados de uma pesquisa realizada pela própria PUC-RS. “Um dos objetivos da pesquisa foi investigar a percepção de jovens entre 18 e 34 anos acerca de aspectos ligados a trabalho e estudo, avaliar o vínculo entre o agora e o depois e desenhar ideias de futuro pessoal e coletivo entre os estudantes”, elencou.

Todos os encontros online do Esquenta FNESP estão disponíveis aqui.