Fonte: Correio Popular

Estudo sobre o Ensino Superior na Região Metropolitana de Campinas (RMC) mostra que matrículas nas redes pública e particular e em cursos a distância estão menores que as do País e Estado de São Paulo, mas ainda há maior procura pelo ensino a distância. De acordo com dados do Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior (Se-mesp), em 2013 o índice de matrículas na RMC em cursos presenciais cresceu 1,1%. Já em cursos a distância o índice foi de 1,9%. No Estado, o índice foi de 4,4% nas matrículas presenciais e no Brasil de 3,8%. Em cursos a distância, o Estado registrou aumento de 13,9% e o País 3,6%.

Ensino a distância tem maior demanda, segundo estudo De acordo com o Semesp, o índice baixo indica que a RMC alcançou um patamar de matrículas devido ao alto crescimento em anos anteriores.
Segundo o sindicato, apesar de baixo, o índice mostra que o ensino a distância é mais procurado na região. Isso ocorre por causa da faixa etária dos estudantes, entre 25 e 45 anos, em média. Eles procuram nesta modalidade a oportunidade de melhoria salarial e uma carreira profissional sólida. “Na RMC houve crescimento nos últimos anos, acima da média do Estado, então há um arrefecimento. A impressão é que entrará uma nova classe social no Ensino Superior, as classes C e D”, disse o diretor executivo do Semesp Rodrigo Capelato, sobre a pesquisa encomendada à Toledo & Associados.

Para ele, essas classes não conseguem entrar em uma escola pública e também não conseguem arcar com o custo da privada. O ensino a distância torna-se uma alternativa. “Tem força porque tem demanda represada. Muitas pessoas ainda querem estudar. São 20 milhões de brasileiros que terminaram o Ensino Médio e estão aptos a entrar no Ensino Superior”, disse. Segundo ele, ficou constatado que entre as instituições de Ensino Superior que adotaram o ensino a distância desde 2007 houve um aumento de 69% no número de matriculados. Já nas que adotaram esse tipo de curso a partir de 2012 o crescimento chegou a 4%. “Isso mostra que tem condições de crescer e até atender os que não conseguiram estudar por meio do Fies. Mas é preciso cada vez mais aumentar as modalidade de ensino, para atingir mais gente”, afirmou.

No Brasil são 166 instituições que oferecem ensino a distância, sendo 83 públicas e 83 privadas. Em Campinas são 16 instituições de ensino privado (99%) que oferecem cursos a distância, e duas públicas (1%).

O estudo também mostra que na região administrativa de Campinas (com 90 cidades) houve aumento de 17% no número de estudantes em cursos a distância, saltando de 34.048 matrículas em 2012 para 35.040 em 2013. Os dados da pesquisa “O Ensino Superior e a EAD” foram apresentados pelo Semesp e integram a programação da 11a edição das Jornadas Regionais.

O estudo mostrou que, na região, os três cursos presenciais mais procurados foram administração, direito e engenharia de produção. Nos cursos a distância os três primeiros são pedagogia, administração e gestão logística.

Aluna
Os estudantes que procuram cursos a distância buscam flexibilidade de horário e uma chance de melhorar a carreira e os salários. “Escolho meus horários para estudar, mas tem que ser muito disciplinado, caso contrário perde a direção e não ‘dá conta’ dos estudos”, disse a estudante de pedagogia na faculdade Anhanguera, em curso semi-presencial, Renata Rocha, de 38 anos.

O curso tem duração de três anos e meio e Renata está no segundo semestre. É a segunda graduação dela, a primeira foi presencial em engenharia da cartografia em uma instituição pública. “A pedagogia foi uma escolha certeira, então isso ajuda também a ter foco para a faculdade a distância”, afirmou.