Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, abriu nesta quarta (26) O Admirável Futuro da Educação Superior, evento realizado em parceria pelo Semesp e pelo Consórcio Sthem Brasil

Fruto da junção de três eventos que discutiam o ensino superior sob diferentes perspectivas, O Admirável Futuro da Educação Superior começou nesta quarta-feira, 26, com a proposta de pensar formas de transformar a educação para melhorar o futuro de nossa sociedade. Apresentando discussões que interessam a gestores, líderes educacionais e docentes, o evento prossegue até sexta (28), quando divulgará os vencedores da segunda edição do Prêmio de Inovação no Ensino Superior Prof. Gabriel Mario Rodrigues.

A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, abriu  o evento destacando a importância de se mapear as inovações que estão impactando a educação superior com o objetivo de pensar caminhos para que as melhores decisões sejam tomadas. “Estamos vivendo um momento de transição e precisamos pensar novas maneiras de oferecer educação para nossos estudantes”, disse Lúcia Teixeira. “Frente aos vários desafios que estamos enfrentando, queremos que o futuro seja melhor do que o presente, daí a importância de eventos como esse que agregam diferentes linguagens e visões nacionais e internacionais unidas em prol da educação”, pontuou.

Fábio Reis, diretor de Inovação e Redes do Semesp e presidente do Conselho de Administração do Consórcio Sthem Brasil, explicou que a junção de diferentes eventos para criar O Admirável Futuro da Educação Superior teve como intenção estabelecer conexões para que o futuro do ensino superior seja construído de modo coletivo por gestores, líderes educacionais e pessoas responsáveis pela elaboração de políticas públicas. “Queremos um futuro admirável e para isso precisamos pensar o que está por vir e qual o papel de nossas IES nessa jornada”, defendeu. “Nossas IES precisam de uma liderança com propósito e que acredite na relevância social das instituições. São as IES que nos ajudam a interpretar e entender melhor o mundo em que estamos inseridos, então juntos somos mais fortes e temos um impacto maior na sociedade”.

Participaram ainda da abertura do evento Carla Diez de Marina, diretora de Operação Internacional da Reitoria de Educação Continuada da TEC de Monterrey; Cristina Maria Pinto Albuquerque, vice-reitora da Universidade de Coimbra para os Assuntos Académicos e Ação Social; e Dale Johnson, diretor de Inovação Digital da University Design Institute – ASU.

Em sua fala, Carla Diez de Marina reforçou a importância de colocar o estudante no centro dos debates sobre educação superior. “As IES são instrumentos para a construção do futuro, mas são nossos alunos que irão efetivamente transformar o que está por vir”, defendeu. Cristina Maria Pinto Albuquerque lembrou que esse futuro é construído diariamente e que o ensino superior é uma ferramenta fundamental para a transformação e para que nós ousemos a pensar de modo diferente e livre. Já Dale Johnson afirmou que é necessário achar um equilíbrio entre pedagogia e tecnologia para que o desenvolvimento da educação superior aconteça. Segundo ele, o momento pós-pandemia é ideal para repensar e transformar a educação.

Painel O Impacto do Microcredenciamento no Ensino Superior

Currículo e inovação

Após a abertura, o evento apresentou uma sessão sobre o tema “Currículo e inovação: o impacto do microcredenciamento no ensino superior”, com a participação do Prof. Noah Geisel, gerente do Programa de Microcredenciais da Universidade do Colorado Boulder, e moderação de Cíntia Inês Boll, pró-reitora de graduação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).

Durante a sessão, o Prof Noah Geisel explicou a diferença entre microcredenciamento e badgets digitais. “Microcredenciais são pequenos ou curtos programas que permitem que os estudantes cheguem a ter uma ou mais habilidades e competências específicas para que sejam bem sucedidos no trabalho e na vida. Autonomia, empatia, resiliência, criatividade são algumas dessas habilidades que fazem com o indivíduo seja bom no que faz. Mas é preciso que essa pessoa receba o reconhecimento por esses ativos”, alertou.

Já os badgets digitais, segundo Noah, “são indicadores de desempenho ou habilidade que podem ser exibidos, acessados e verificados on-line e que podem ser obtidos de diversas formas, servindo para uma ampla variedade de propósitos, dependendo de quem emite e de quem recebe. Na maioria das vezes, as funções dos badgets podem ser motivar a participação e a colaboração para reconhecimento e avaliação, ainda como credencial alternativa e também representar competências”.

Noah fez um alerta sobre o uso tanto das microcredenciais quanto dos badgets digitais. “Não somos bons para contratar pessoas, por essa razão temos de reter os talentos. As microcredenciais e os badgets digitais são algumas das respostas que temos para esse problema. Temos grandes práticas de contratação, mas temos de pensar no ativos que temos. E o que devemos fazer é pensar no porquê criar essas certificações. O que essa decisão pode beneficiar a instituição, todos os players envolvidos e a partir daí engajar as pessoas a participar”, disse ele.

A moderadora e reitora pró-acadêmica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Cintia Ines Boll, finalizou a sessão reiterando dois aspectos fundamentais para a adoção das microcredenciais e dos badgets digitais. “Temos de ter clareza do público-alvo, de quem é o nosso estudante, onde ele está, como se relaciona com o mundo, com a cultura oral, impressa e digital, e o que o instiga a permanecer no curso. Temos de trabalhar na coexistência e tratar também da questão da mensuração desse processo de avaliação e de como os estudantes podem ter o desejo de microcredenciamento e da adoção dos badgets digitais”, finalizou.

Ao longo do primeiro dia de O Admirável Futuro da Educação Superior foram exibidos os vídeos dos finalistas da segunda edição do Prêmio de Inovação no Ensino Superior Prof. Gabriel Mario Rodrigues. Nos vídeos, os finalistas apresentam seus projetos. Confira todos os vídeos aqui.