O Semesp divulgou nesta sexta-feira, dia 20, durante o 14º Fnesp, os resultados de uma pesquisa inédita com instituições de ensino superior, líderes empresariais e egressos de cursos superiores, para levantar as competências e habilidades que o formando e o empregador identificam como deficitárias no momento do exercício da profissão, para adequação da qualificação da mão de obra às necessidades do mercado.

O levantamento foi realizado na região de Campinas entre abril a junho deste ano, como parte de um acordo de cooperação firmado entre o Semesp e a FIESP para desenvolvimento de programas e projetos entre empresas industriais e instituições de ensino superior privado, visando alinhar a oferta de formação superior à realidade do mercado de trabalho e às exigências das empresas industriais do estado. Para o diretor do Semesp, Fernando Trevisan, que coordenou o debate da apresentação, as instituições ainda estão distantes do mercado, e precisam desenvolver projetos de pesquisa comuns.

Segundo Marcos Simonetti, diretor da Toledo Associados, organização responsável pela implantação da pesquisa, os resultados mostraram que a relação entre as instituições de ensino superior e as indústrias ainda é comercial, e não tecnológica. “É recomendável que as instituições abram um link de comunicação com as indústrias da sua região, buscando mudanças que permitam aos alunos atender as exigências dos empregadores, além de apresentar às áreas de RH das empresas alternativas de formação como as oferecidas pelos cursos tecnólogos”, disse.

Durante o debate, Adalberto Fazzio, do Ministério da Ciência e Tecnologia e Inovação, lembrou que as empresas contribuem pouco com os projetos de pesquisa e tecnologia. Segundo ele, existe a necessidade de adicionar mais conhecimento à economia do país. “E o setor da educação superior é fundamental para isso”, apontou.

Para o diretor do Semesp, Thiago Pêgas, a aproximação com a Fiesp permitiu que setor industrial passasse a reconhecer o tamanho e a importância do setor do ensino superior privado para esse objetivo. “A indústria já percebe que somos parte da cadeia produtiva. Agora precisamos nos organizar para mudar a imagem que o setor produtivo tem da academia, de que é lenta e pouco afeita a mudanças” afirmou o dirigente.

Já o diretor da Fiesp, Demétrio Zacarias, ressaltou a importância de que o setor produtivo se aproxime das instituições de ensino superior. Para ele, há uma dificuldade de encontrar mão de obra qualificada e essa questão é tão importante quanto os outros gargalos que afetam o desenvolvimento da economia brasileira, como infraestrutura. “Mas tenho certeza de que a partir dessa pareceria com o Semesp, vamos encontrar o denominador comum para encaminhar uma solução”, afirmou Demétrio.

Para o presidente do Semesp, Hermes Figueirdo, os resultados da pesquisa deverão estimular uma maior aproximação entre as instituições do ensino superior privado e as empresas do setor industrial. Segundo o dirigente, o objetivo do Semesp com o acordo com a Fiesp é contribuir para a elevação do país a patamares mais competitivos. “Isso através da geração de conhecimento e inovação adequados às necessidades do setor produtivo brasileiro”, completou Hermes Figueiredo