A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, abriu o lançamento da terceira edição da Pesquisa de Empregabilidade, estudo com pretensão de ganhar novas edições anuais

O Semesp realizou, nesta terça (30), o lançamento da terceira edição da Pesquisa de Empregabilidade, produzida pelo Instituto Semesp com o apoio da Symplicity, Cia de Talentos e da InfoJobs. O levantamento tem como objetivo apontar a empregabilidade das carreiras por área, revelando a posição dos profissionais e a eficiência do diploma de graduação em termos de rentabilidade e sucesso dos egressos de instituições públicas e privadas de todas as regiões do país.

O evento remoto contou com fala de abertura da presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, que destacou a importância de se concluir o ensino superior no Brasil. “De acordo com um levantamento da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) feito entre 46 países, o Brasil é o país em que terminar o ensino superior garante a maior empregabilidade e vantagem salarial em relação ao ensino médio completo e incompleto”, citou ela. “A taxa de desocupação entre as pessoas com ensino superior completo também é 54% menor do que entre aqueles que possuem apenas ensino médio ou fundamental”, completou.

Rodrigo Capelato apresentou os principais destaques da Pesquisa de Empregabilidade durante evento virtual

Durante o evento, Rodrigo Capelato, diretor executivo do Semesp, apresentou alguns dos principais resultados da terceira edição da Pesquisa de Empregabilidade do Brasil, apontando alguns dados impactados diretamente pela pandemia da Covid-19. “Os egressos de 2019 a 2021, por exemplo, foram os mais afetados pela pandemia em termos de empregabilidade, eles representam 64,4% entre os respondentes que não conseguiram emprego”, lamentou.

Confira terceira edição da Pesquisa de Empregabilidade na íntegra

Outros dados destacados por Capelato mostram a diferença entre o perfil dos alunos e egressos das modalidades presencial e EaD. “Grande parte dos alunos do EaD já trabalhava antes mesmo de ingressar no ensino superior”, pontuou acrescentando que as áreas com maior índice de empregabilidade são os cursos de Saúde e Tecnologia da Informação, com praticamente 100% dos egressos trabalhando na própria área de formação.

Segundo Rodrigo Capelato, um dos propósitos da pesquisa é desmistificar a ideia de que o ensino superior está perdendo relevância, não apenas graças aos índices de empregabilidade e aumento da renda, mas em virtude da própria percepção dos alunos e egressos em relação aos benefícios conquistados após a graduação. “A pesquisa mostra que os respondentes compreendem o impacto que o ensino superior teve em suas carreiras e melhoria na qualidade de vida, além de muitos estudantes afirmarem que saíram da faculdade se sentindo preparados para o mercado de trabalho, indo na contramão da ideia de que existe um abismo muito grande entre o que é ensinado na graduação e o que o mercado de trabalho quer”, avaliou.

Capelato acrescentou ainda que, infelizmente, as instituições de ensino superior não têm a cultura de acompanhar de perto os seus egressos, o que contribui para uma falta de dados oficiais sobre empregabilidade. “O próprio Inep não possui dados sobre empregabilidade, e o país carece de informações e indicadores nesse sentido. As IES precisam coletar, tratar e publicar esses dados para que possamos ter um parâmetro para entender a realidade de nosso mercado”, concluiu.

Os palestrantes do evento participaram de um debate sobre a importância da questão da empregabilidade

O lançamento da Pesquisa de Empregabilidade contou com falas também dos parceiros do Semesp na realização do estudo. O consultor estratégico da Symplicity, Gustavo Rattay, afirmou que a questão da empregabilidade precisa ser melhor explorada pelas IES, principalmente para entender como os alunos percebem a ideia de que existe um abismo entre a formação e as demandas do mercado. “Nossa pesquisa ajuda as IES a entenderem essa visão do aluno, o que pode facilitar o match entre o egresso e as empresas”, disse.

Ana Paula Prado, Country Manager da InfoJobs destacou que as IES precisam ter um maior entendimento sobre o que as empresas estão buscando ao contratarem e afirmou que as competências e habilidades como resiliência, comunicação e capacidade de resolver conflitos estão entre algumas das principais necessidades do mercado de trabalho. “Esse é um dos grandes desafios para as IES, conectar seus estudantes e egressos a empresas contratantes”, decretou ela.

“As IES necessitam trazer para seus currículos acadêmicos e formação a questão das habilidades”, defendeu a head de Pesquisa da Cia de Talentos, Danilca Galdini. “Esse é um diferencial na medida em que cresce a importância das habilidades socioemocionais na hora da contratação de profissionais”, explicou ela. “Muito se fala da escassez de profissionais, mas o problema não é falta de bons profissionais e sim de profissionais que não têm as habilidades que o mercado tem demandado atualmente”.