Lúcia Teixeira, presidente do Semesp, acompanhou a apresentação da pesquisa

A presidente do Semesp, Lúcia Teixeira, acompanhou nesta terça (6) sessão pública do Conselho Nacional de Educação (CNE). Na sessão, o pesquisador e economista Ricardo Paes de Barros apresentou um documento que estima os impactos que a pandemia da Covid-19 vem causando na aprendizagem nos ensinos fundamental e médio.

Ao final da sessão, Lúcia Texeira reforçou que o Semesp está se debruçando sobre a questão do déficit de aprendizado e que as IES privadas oferecerão programas de recuperação para os alunos do Ensino Médio que apresentarem dificuldade de aprendizado. “Essa é uma questão importante e que também tem sido preocupação dos educadores que vem lidando com esses impactos na aprendizagem dos alunos, acentuados pela pandemia”, considerou ela.

“É nosso papel estimular esses alunos por meio da ciência, cultura e uso da tecnologia”, apontou Lúcia reforçando que não apenas os alunos, mas também os docentes da Escola Básica devem ser estimulados. “Os espaços-tempo das aulas e atividades do trabalho escolar devem ser dirigidos a alunos reais, desafiando-os e propondo-lhes problemas também reais”, afirmou. O diretor de Relações Institucionais do Semesp, João Otávio Bastos Junqueira, também acompanhou a reunião.

Impacto da Covid-19

“Esse documento nos dará uma melhor compreensão do efeito Covid no processo de aprendizagem e ensino e nos ajudará a tomar as decisões necessárias para o retorno das atividades presenciais, previstas para acontecer já no segundo semestre em razão da tendência de queda de contaminações e internações”, avaliou a conselheira do CNE Maria Helena Guimarães de Castro no início da sessão.

Em seguida, Ricardo Paes de Barros afirmou que o tamanho do problema referente às perdas de proficiência é imenso e afeta cerca de 35 milhões de estudantes no país. “O estudo leva em consideração o que aconteceu em comparação com o que teria acontecido caso a pandemia não tivesse existido”, explicou o pesquisador. “Fizemos esses cálculos com base na curva do aprendizado sem pandemia, levando em consideração que o aprendizado não é linear, já que os alunos aprendem mais durante o primeiro semestre letivo do que no segundo semestre”, prosseguiu.

Segundo Paes de Barros, o levantamento mostra que, graças a uma série de questões como desigualdade social e a falta de acesso à internet e equipamentos adequados, o ensino remoto teve eficácia apenas relativa, se mostrando menos eficaz do que o ensino presencial. “Vários jovens deixaram de realizar suas atividades escolares e abandonaram a escola, diminuindo o engajamento e aumentando o impacto do absenteísmo. Esses alunos não apenas deixam de aprender, eles também desaprendem e apresentam mais dificuldades quando retornam os estudos”, lamentou.

De acordo com o estudo apresentado por Paes de Barros, apenas 36% dos estudantes se engajaram durante 25 horas semanais no primeiro ano da pandemia, gerando perdas de proficiência que impactarão na economia brasileira, somando um prejuízo de cerca de 10% do PIB (750 bilhões) se as deficiências não forem corrigidas.