Dados divulgados pelo Instituto Semesp apontam que mulheres seguem sendo a maioria entre os alunos matriculados em cursos de graduação no Brasil. A participação feminina nas matrículas de graduação subiu 2,5% em relação a 2011, sendo a rede privada a maior responsável por esse aumento. De acordo com o levantamento Mulheres no Ensino Superior e no Mercado de Trabalho 2023, com números do Censo da Educação Superior referentes a 2021, mais de 5,2 milhões de mulheres estão matriculadas em cursos de graduação, presenciais ou EAD, no ensino superior, o que representa 58,4% do total de alunos.

O levantamento mostra ainda que 61% dos egressos são mulheres, o que corresponde a 809 mil estudantes, um percentual que se manteve estável em relação a 2011. Em relação aos ingressos de 2021, 58,7% dos calouros são mulheres, mais de 2,3 milhões de alunas, um aumento de 5,2% na última década.

Em relação aos cursos presenciais com maior percentual de estudantes mulheres, Estética e Cosmética, Pedagogia, Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia e Moda são dominados pelo sexo feminino, todos com mais de 88% de alunas. Entre os cursos, presenciais e EAD, com maior aumento da participação feminina na última década estão Investigação e perícia, Letras Língua Brasileira de Sinais Formação de Professor e Medicina Veterinária, com crescimento de 33,7%, 17,3% e 12,1%, respectivamente. “Os dados apontam uma mudança significativa no perfil dos alunos do ensino superior no Brasil e reforçam a importância de políticas públicas que incentivem a igualdade de gênero no acesso à educação”, afirma Lúcia Teixeira, presidente do Semesp.

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Remuneração

Em relação à empregabilidade, de 2015 a 2021, houve um crescimento de 18,2% no números de mulheres com ensino superior em empregos formais, com aumento de 5,75 milhões de mulheres empregadas para 6,79 milhões. Apesar desse crescimento, considerando a remuneração média, as mulheres ganharam em 2021 11% a menos do que os homens. Considerando apenas mulheres com ensino superior, essa diferença salarial aumenta para 32%, o que demonstra que elas ainda sofrem preconceito no mercado de trabalho. “Mesmo com todas as conquistas, as mulheres ainda enfrentam desafios significativos, como a desigualdade salarial e a menor representatividade em cargos de liderança. Vamos aos poucos superando esses desafios”, pondera Lúcia Teixeira.

Docência no ensino superior

O levantamento do Instituto Semesp aponta também um crescimento do número de mulheres docentes no ensino superior. De 2011 para 2021, esse percentual passou de 45,1% para 47,0% (aumento de 1,9 ponto percentual), ocasionado principalmente pela contratação de professoras na rede privada (49,4% dos professores na rede privada são do sexo feminino). Já entre os funcionários técnico-administrativos, 55,6% são mulheres. De forma geral, considerando docentes e funcionários-administrativos, em 10 anos, o percentual de mulheres atuantes no ensino superior ultrapassou o de homens, passando de 49,8% em 2011 para 51,2% em 2021.

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