O presidente do SEMESP, Prof. Hermes Ferreira Figueiredo, afirmou na abertura do evento que o principal desafio do setor é manter o aluno de baixa renda no ensino superior. “Se a grande maioria das famílias brasileiras não tem renda suficiente, sequer para custear a escola de seus filhos, como vai conseguir ter acesso ao ensino superior e se manter nele? Somente nas IES particulares do Estado de São Paulo, a evasão chega atualmente a 16%, segundo dados do SEMESP”, disse o educador.

Segundo Figueiredo, “o setor de ensino superior particular passa por um momento delicado, em que a oferta cresceu praticamente o dobro da demanda, e em que prevalece uma concorrência acirrada”. O número de vagas ofertadas em 1990, que totalizava mais de 345 mil, cresceu 510% em 2005, chegando a 2.1 milhões. Enquanto isso, o número de alunos ingressantes, que em 1990 era de 281 mil, cresceu 295% em 2005, atingindo mais de 1,1 milhão. “Se o crescimento do ensino superior mantivesse o mesmo ritmo da década de 90, o número de matrículas alcançaria 8,2 milhões de alunos em 2010. Porém, conforme projeções do SEMESP, o número de alunos matriculados no ensino superior naquele ano deve chegar a apenas 6,5 milhões”.

Se por um lado o ensino superior particular vive um momento de desequilíbrio, com a oferta muito acima da demanda, por outro, apenas 11% dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos estão matriculados no ensino superior. “Na verdade, a grande expansão da educação superior do país na década de 1990 deveu-se principalmente ao atendimento da demanda das classes A e B, que podiam pagar pelo ensino superior particular, mas que estavam sendo atendidas pelo ensino superior público”, disse o presidente do SEMESP. “Neste momento, o desafio é atender às classes de menor renda, as únicas que registraram crescimento de 2001 a 2006, segundo dados da pesquisa PNAD/IBGE, e que representam 81% da população”.